Após seis meses e meio e 43 partidas disputadas, chegou ao fim a passagem do técnico Roger Machado pelo Atlético-MG.
A decisão foi anunciada pela diretoria do clube nesta quinta-feira (20), horas após a derrota para o Bahia, por 2 a 0, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Independência.
Foi o quarto revés da equipe alvinegra em oito partidas como mandante.
Roger Machado foi contratado pelo Atlético em novembro do ano passado. Após o Galo perder por 3 a 1 para o Grêmio, na primeira partida da final da Copa do Brasil, o técnico Marcelo Oliveira caiu e Roger acertou por dois anos, para iniciar o trabalho em janeiro de 2017.
Desde que chegou à Cidade do Galo, Roger Machado sempre esteve bastante pressionado, por causa da expectativa criada para a temporada. Em campo o time jamais rendeu o esperado e, mesmo com bons resultados, durante o Mineiro e a fase de grupos da Copa Libertadores, o trabalho do treinador já era muito questionado por parte da torcida.
O título mineiro, conquistado sobre o Cruzeiro, deu um momento de paz para Roger e toda a comissão técnica.
Tranquilidade que acabou após as primeiras partidas do Campeonato Brasileiro, com o Atlético passando duas rodadas dentro da zona de rebaixamento e cada vez mais longe do líder Corinthians.
Curiosamente, na entrevista coletiva após a derrota para o Bahia, Roger chegou a declarar que a diretoria mostrava confiança em seu trabalho.
Sem saber que seria demitido algumas horas depois, Roger também falou sobre a cobrança pela campanha ruim do Atlético no Brasileiro.
“A responsabilidade de todo o trabalho é minha, a pressão é natural do trabalho, ainda mais com o insucesso principalmente dentro de casa. Não foi a primeira vez e nem a última que fui vaiado”, disse o treinador, que foi bastante xingado pela torcida após o segundo gol do Bahia.
“Essa pressão pelo cargo, o treinador está sempre pressionado, basta um ou dois insucessos… no segundo clássico do ano, perdemos pela segunda vez e já havia pressão”, afirmou.
“A primeira figura a ser questionada sou eu, não vejo problema. Mas continuidade do trabalho depende do resultado. É fácil solicitar ou questionar a permanência do treinador. Vivo disso, sei como funciona, o momento incomoda, mas tenho por obrigação continuar passando confiança e encontrar soluções. Temos que procurar vencer, só assim as coisas se acalmam”, comentou o treinador, que demonstrava confiança de que seria capaz de recuperar o bom futebol do time.
Nas 43 vezes que Roger comandou o Atlético, o time venceu 23 vezes, empatou nove e foi derrotado em 11 oportunidades, com 74 gols marcados e 41 sofridos. O grande momento sob o comando do treinador foi a conquista do Campeonato Mineiro, batendo o Cruzeiro na final. Empate sem gols no primeiro jogo, no Mineirão, e triunfo por 2 a 1, na partida decisiva, disputada no Independência.
O presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, marcou uma entrevista coletiva para a tarde desta quinta-feira, na Cidade do Galo, para falar sobre a decisão da diretoria em trocar de treinador e também sobre o futuro do time, que embora esteja mal no Brasileiro, está nas quartas de final da Copa do Brasil e nas oitavas de final da Copa Libertadores.
Durante a entrevista o mandatário do clube mineiro deve confirmar a efetivação de Diogo Giacomini, que era auxiliar de Roger e já comandou o time interinamente em outras oportunidades, como na final da Copa do Brasil do ano passado, contra o Grêmio.
Além da dua mudança feita pelo Atlético-MG, outros sete clubes trocaram de técnicos na Série A do Brasileiro. Ney Franco, Rogério Ceni, Marcelo Cabo e Vagner Mancini foram demitidos de seus cargos no Sport, São Paulo, Atlético-GO e Chapecoense, respectivamente. O Atlético-PR também mandou embora Eduardo Baptista.
Petkovic também trocou a função de comandar a equipe por um cargo de dirigente no Vitória. No Bahia, Guto Ferreira trocou o clube pelo Internacional.