As definições finais sobre os nomes que serão apoiados pela base aliada de Ronaldo Caiado (UB) à pré-candidatura em Aparecida de Goiânia serão decididas até a próxima quarta-feira (3). Em entrevista exclusiva concedida ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB), revelou que as confabulações junto ao governador e ao vice-governador Daniel Vilela (MDB) para decidir se o apoio da base irá ou não para Vilmar Mariano (MDB) deverão ser concluídas esta semana.
Gustavo Mendanha relatou que o governador está se apoiando em pesquisas para fazer escolhas assertivas e garantir um nome de força para a futura gestão de Aparecida. Mendanha destaca que outros nomes, para além de Vilmar Mariano, ainda estão sendo considerados.
Mendanha confirmou ter tido algumas desavenças relacionadas a opiniões de gestão da cidade com Mariano, e disse que o prefeito de Aparecida errou em algumas decisões, mas a escolha final cabe a Caiado junto a outras figuras da base aliada. Nesse sentido, o nome em questão já tem uma data para ser revelado. Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Entrevista Gustavo Mendanha (MDB)
Altair Tavares: O governador disse que delegou ao senhor e a Daniel Vilela a definição em Aparecida de Goiânia. Se vai ter um candidato dessa base, ou se esses partidos vão defender a candidatura de Vilmar Mariano. Nesse momento, o que nós percebemos é que há realmente uma situação de indefinição. A partir dessa delegação, o que está sendo feito?
Gustavo Mendanha: Tenho muito respeito pelo prefeito Vilmar Mariano, tenho carinho, tenho as minhas críticas e deixei isso muito claro com algumas mudanças que foram feitas e, ao meu ver, prejudicou um pouco o andamento da cidade. Algumas obras que já poderiam estar realizadas e, infelizmente, com a troca, houve uma descontinuidade. O Vilmar tem um ponto alto, é muito trabalhador, é uma pessoa que levanta muito cedo, é um político nato, mas, naturalmente, tem tido alguns problemas com a sua gestão. Eu acho que o governador tem tido muito pragmatismo de fazer pesquisas em Goiânia, Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Luziânia, enfim, Catalão.
O governador tem participado muito aos agentes políticos, mas, balizado as suas decisões a partir de pesquisas. Pesquisas foram feitas. Era para ter acontecido até semana passada, mas pelo que falei com o Daniel no dia de hoje, até quarta-feira a gente vai ter uma reunião com o governador para que haja uma decisão. Agora, eu defendo, independente qual seja a decisão, que não haja rompimento, que nós possamos caminhar juntos buscando sempre o interesse da coletividade, o bem da nossa população. Claro, foram feitas pesquisas, tanto qualitativas quanto quantitativas, que mostram um pouco do cenário de Aparecida e, naturalmente, o professor Alcides, pela sua história, pelo tempo de política, ele aparece muito bem frente às pesquisas quantitativas, na parte qualitativa, a gente já tem alguns problemas que ele pode enfrentar.
Independente disso, eu sei que eu serei ouvido, mas a decisão cabe ao governador Ronaldo Caiado e eu espero que nós possamos ter uma decisão que possa atender a coletividade da cidade de Aparecida, que nós possamos, é claro, buscar o entendimento, independentemente de qual seja, para que nós não tenhamos um racha aqui em Aparecida e que possamos ter uma candidatura competitiva, que possa representar o anseio da população e que, principalmente, possa ser vitoriosa, porque a vitória de 2024 é muito importante para todos nós em 2026.
Altair: Até essa definição não está descartada uma candidatura de Leandro Vilela?
Gustavo: Acho que está tudo aberto. Acho que o nome do Leandro é um nome a ser respeitado. Você tem também o presidente da Câmara, André Fortaleza, você tem a figura do João Campos, você tem a figura da Sylvie, você tem a figura do delegado Waldir, todos esses nomes, quando são colocados em pesquisas, aparecem muito bem. Eu acho que do ponto qualitativo é o que mais me preocupa ou me traz um alento, e eu acho que essa é a bússola.
Eleição passada, por exemplo, muitas pessoas, e aqui nem uma crítica, embora eu já tenha usado algumas figuras para, às vezes, baterem em mim, eu diria que da campanha do ex-governador, ex-senador Marconi Perillo, que as pesquisas quantitativas sempre o colocavam à frente com potencial de vitória, mas quando você ia para o ponto de vista qualitativo, você via uma série de dúvidas frente ao eleitor. Então, por isso eu sempre digo que a qualitativa é muito mais importante que a quantitativa, que normalmente são retratos de momentos, e no começo da campanha, a partir dos apoios, a partir das alianças, as pessoas passam a fazer uma análise mais crítica. Nesse momento, talvez, o Vilmar está com dificuldade, pode ser que realmente ele não tenha condição de ser vitorioso. Pode ser também, claro, que do ponto de vista quantitativo é apenas um retrato atual e a qualitativa possa o colocar numa situação vantajosa. O que vai definir isso realmente é o governador, depois dessa conversa com todos nós, tomar uma decisão. E eu, como disse, em Goiânia e Aparecida, estarei caminhando junto com o governador Ronaldo Caiado.
Altair: O senhor citou algumas críticas à atual gestão, com as mudanças ou descontinuidades feitas pela gestão de Vilmar Mariano, essas questões são superáveis?
Gustavo: Do ponto de vista pessoal eu não tenho nenhuma dificuldade com o prefeito Vilmar. Críticas que eu fiz, claro. Quando eu deixei a prefeitura, sempre existiram coisas que foram, por mim em 2020, quando o candidato a prefeito, compromissos que foram feitos, do ponto de vista de trabalho. Claro que quando você muda o quadro, e aqui algumas pessoas podem até dizer, ‘Gustavo, mas muitas das figuras estavam no seu governo’. É diferente quando você tem um treinador que escala alguém que é para jogar no gol, para jogar no ataque, um cara que é para jogar no ataque jogar na defesa, cada pessoa tem uma qualidade, ele tem, talvez, uma facilidade de atuar em algumas pastas.
Algumas mudanças foram feitas, infelizmente, eu acredito que o prefeito Vilmar, ele errou. Eu fiz críticas pontuais a duas figuras, mas nada que seja insuperável, nós temos que ver o sentimento de rua. E aí, claro, cabe a mim, ao Daniel, ao governador, ao próprio Vilmar, sentarmos na mesa, avaliar essas pesquisas para ver se realmente ele tem essa condição de ser um candidato vitorioso ou se nós realmente temos que buscar outra alternativa, que pode ser o Leandro, claro, mas já disse aqui de outras figuras também que poderiam ser importantes dentro desse processo que tem que serem respeitados.
Altair: O senhor disse nesse prazo de quarta-feira (3) porque essas sondagens, esses levantamentos ficarão prontos até lá?
Gustavo: Não, já está pronto. Era para a gente ter encontrado na quinta (28), sexta-feira (29), mas você sabe, o governador foi para a cidade de Goiás, e claro que não teve como fazer essa reunião. Falei com o Daniel hoje pelo telefone, até porque talvez existiria uma reunião hoje com o governador e com o Sandro (Mabel). Acabou que fizeram ontem (30) online. Eu achava que a gente já poderia ter esse diálogo no dia de hoje, mas a reunião foi feita online.
Acaba que o governador me parece que está retornando ainda da cidade de Goiás. Mas ele me disse que até quarta (3) a gente vai ter essa reunião. Caso o Vilmar não seja o escolhido como candidato, a gente também tem que ser responsável com ele. Se ele realmente tiver o desejo de ser candidato a todo custo, que ele possa buscar outro partido, outra agremiação para disputar o mandato.