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Cidades
| Em 5 anos atrás

Apesar de proibição das Cavalhadas, mascarados vão às ruas de Pirenópolis

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Mais de 100 pessoas, a maioria jovens, foram às ruas de Pirenópolis mascaradas nesta segunda-feira (1). O dia seria o segundo da tradicional comemoração das Cavalhadas, que foi cancelada neste ano por conta da Covid-19.

Eles caminharam e cavalgaram pelas ruas do centro histórico, com alguns pontos de aglomeração em frente à Igreja Matriz. Carros de som também foram utilizados.

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A atitude não foi bem recebida por parte da população da cidade, já que o movimento descumpriu os decretos que determinam isolamento e proíbem aglomerações. A Polícia Militar foi acionada para dispersar os foliões. A prefeitura avalia tomar medidas jurídicas contra quem participou da festa.

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Em nota, a administração relatou “tristeza e angústia” com o ato e disse que ele representa “total falta de amor para com as pessoas que moram na cidade e estão sem trabalho há mais de 70 dias”. A prefeitura disse ainda que houve irresponsabilidade daqueles que foram às ruas e afirmou que os participantes “não demonstraram compaixão para o quanto todos estão sofrendo”.

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Veja a nota na íntegra

É com muito pesar que trazemos esta nota de absoluta insatisfação, tristeza e angústia com o ato de irresponsabilidade e total falta de amor para com as pessoas que moram em nosso município, e estão sem trabalho há mais de 70 dias. Lojas fechadas, restaurantes fechados, hotéis e pousadas fechadas e todos em uma profunda crise jamais vista em nosso país, estado e em nossa cidade. Aglomerar centenas de “mascarados”? Irresponsabilidade sem precedentes. Não demonstraram compaixão para o quanto todos estão sofrendo sem trabalho, sem renda, e em pânico por parte da grande maioria, e principalmente por aqueles do grupo de risco, por conta da covid-19, doença que vem matando milhares de brasileiros.

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Enquanto Município, fizemos a nossa parte. Mas a administração pública de imediato chamou a PM para conter tamanha aglomeração, e que a administração municipal adotará as medidas jurídicas cabíveis contra os infratores

Pare para pensar sobre a falta de empatia e virão vários casos à nossa mente. Não apenas atualmente, mas a história de diversos países não nega a devastação que a falta de empatia pode causar. Assim, este tema pede que reflitamos sobre a falta de empatia e o adoecimento das sociedades.

Nossa sociedade está necessitada de “empatia, de compaixão e de coletividade”. Três componentes básicos que ajudariam este país e nossa histórica Pirenópolis a sair da crise em que vivemos. A empatia como capacidade de saber escutar e compartilhar, com o coração aberto, os lamentos de dor e de esperança dos que caminham a nosso lado, seja qual for sua crença.

Precisamos de compaixão para não fechar os olhos ao sofrimento dos outros, embora às vezes o chamemos por outro nome. E a necessidade de coletividade, o esforço de juntar as mãos para construir a sociedade em que gostaríamos de viver. Sem essa consciência de comunidade e coletividade enredados no individualismo, na ignorância ou adormecidos nos sofás dos privilégios, ou até mesmo no ocorrido de hoje, dificilmente conseguiremos um país menos desigual.

Que este ato, não traga sofrimento nem o peso da dor na consciência nas pessoas que o praticaram. Que Deus nos proteja…

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Rafael Tomazeti

Jornalista