Como sempre acontece com o Atlético de Madrid na Liga dos Campeões, o time fez sua torcida sonhar e depois cair na decepção. Apesar da vitória por 2 a 1 no clássico da capital espanhola, o time não se classificou para a final da Liga dos Campeões da Europa. A vaga ficou com o Real Madrid, que vai enfrentar a Juventus (ITA), dia 3 de junho, em Cardiff, País de Gales.
Maior campeão da história do torneio (11 títulos) e atual dono do troféu, o Real vai tentar ser a primeira equipe depois do Milan (ITA) de 1990: vencer a competição em dois anos seguidos.
Após perder a primeira semifinal por 3 a 0, no estádio Santiago Bernabéu, o Atlético precisava atacar e sair do estilo cauteloso, de contragolpe, imposto pelo técnico argentino Diego Simeone. Deu certo. Após 15 minutos, os donos da casa venciam por 2 a 0. Saúl Ñiguez abriu o placar de cabeça aos 11. Em seguida, Griezmann converteu pênalti sofrido por Fernando Torres.
Naquele momento, parecia que a virada era possível. Precisando de mais um gol para levar o confronto para a prorrogação, o Atlético voltou ao esquema normal e passou a esperar o erro do adversário para tentar o contra-ataque.
Carrasco e Gabi davam entradas fortes. O público tentava intimidar os jogadores do Real que, aos poucos, começaram a tocar a bola e tomar conta do jogo.
Na verdade, era o Atlético quem não poderia se dar ao luxo de cometer um erro. Pela esquerda, os visitantes ameaçavam. Sem criar nenhuma chance real, mas era um sinal de que há qualquer instante, o entusiasmo poderia receber um golpe fatal.
Este veio aos 41 em um erro de marcação do Atlético, o ponto mais forte do time. Benzema fez grande jogada individual, passou por três marcadores e, sem deixar a bola sair, cruzou para Toni Kroos. Isco aproveitou o rebote e fez o gol que, na prática, selou a classificação do Real Madrid.
Com isso, o Atlético passava a ter obrigação de vencer por quatro de vantagem. A finalização de Isco significou também a 61ª partida consecutiva que o Real fez pelo menos um gol.
O Atlético sentiu o golpe. No segundo tempo, tentou os lançamento em profundidade para aproveitar a velocidade de Griezmann. Pressionou a saída de bola do Real para tentar recuperá-la no campo de ataque. Não deu resultado.
Experientes em jogos decisivos, os jogadores do Real sabiam como sair das armadilhas e apenas controlaram o jogo até o apito final. A melhor chance do Atlético aconteceu aos 21 do segundo tempo, quando o goleiro Kaylor Navas fez duas defesas em sequência. Uma em chute de Carrasco e outra em cabeçada de Gameiro. O Real poderia ter empatado e criou chances para tal, mas Cristiano Ronaldo não estava com a pontaria afiada e, fominha, chutou em lances que poderia ter feito o passe.
Foi a terceira eliminação do Atlético para o seu rival de cidade, mais famoso e vencedor. O clube jamais foi campeão da Liga e se acostumou a derrotas traumáticas. Em 1975, ganhava do Bayern de Munique na final até o último minuto da prorrogação. Levou um gol e acabou goleado na partida de desempate. Em 2014, diante do Real Madrid, vencia a decisão por 1 a 0 até que Sergio Ramos empatou a partida no último lance do tempo normal. Na prorrogação, levou três. Em 2016, nos pênaltis, caiu diante do mesmo adversário, também na final.
Na decisão em Cardiff, os brasileiros Marcelo e Casemiro vão enfrentar Daniel Alves e Alex Sandro, laterais da Juventus.