O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira (21) que, a despeito da lenta recuperação da economia brasileira, os investimentos cresceram 8% nos primeiros quatro meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ele declarou ainda que o consumo de bens duráveis teve uma alta de 16% entre janeiro e abril na comparação com o mesmo período do ano passado.
A informação foi dada durante teleconferência com jornalistas estrangeiros.
O ministro afirmou que nesta terça-feira (22) a equipe econômica revisará as projeções dos parâmetros macroeconômicos, incluindo o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que hoje está em 3%.
“Amanhã nós anunciaremos nossa revisão de parâmetros econômicos, incluindo o crescimento do PIB. Sei que os mercados estão projetando expectativas mais baixas”, afirmou.
Semana a semana, os analistas de mercado vêm reduzindo suas projeções para a atividade econômica. Agora, segundo a última pesquisa Focus, esperam uma alta de 2,5% em 2018.
“A taxa de desemprego leva mais tempo para reagir. A economia está se recuperando da pior recessão que já tivemos”, lembrou Guardia. “As expectativas [para a atividade econômica] eram maiores no começo do ano, mas eu gostaria de enfatizar que o investimento está crescendo, e crescendo muito, de forma consistente”.
Segundo publicou a Folha de S.Paulo no domingo (20), um estudo do Ministério da Fazenda mostra que, apesar da desaceleração, os investimentos, principal termômetro da retomada, continuam em alta.
Na semana passada, o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, adiantou que a projeção oficial de crescimento em 2018 será revista de 3% para cerca de 2,5%. A revisão será divulgada nesta semana.
Elaborado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o estudo mostra que, mesmo com a frustração do PIB no primeiro trimestre, o investimento ampliado cresceu 3,8% em relação ao último trimestre do ano passado. A expansão ocorre após uma alta de 3,7% na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2017.
Segundo o secretário Fabio Kanczuk, o investimento ampliado é um conceito usado internacionalmente, mas que não é aplicado pelos institutos de estatística do país. Considera investimento, além da construção civil e da compra de máquinas e equipamentos, os gastos com bens duráveis, como a compra de carros.
O indicador apontou um sinal positivo na construção civil, que acelerou entre o final de 2017 e o início deste ano. Máquinas e equipamentos e o consumo de bens duráveis, embora tenham perdido ritmo em relação ao quarto trimestre, continuam em alta.
O secretário considera que esse desempenho afasta a tese de que a economia se ressente de incertezas e de um cenário político conturbado pelas eleições. “Se fosse isso, deveria aparecer no investimento ampliado. E não é o caso.” (Folhapress)
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