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Ao vazar áudios de Lula, Moro contrariava seu próprio padrão de trabalho na Lava Jato, aponta levantamento

Levantamento feito pelos procuradores da Força Tarefa da Lava Jato em 2016 mostrou que o então juiz Sérgio Moro não tornou público outros casos que houve escuta telefônica. É o que publica a Folha de São Paulo, deste domingo (24/11). A reportagem faz parte da série Vaza Jato. A decisão veio como um tiro no pé dos procuradores da operação que quando decidiram desenvolvê-lo, procuravam buscar mecanismos para defender Sérgio Moro.

O levantamento põe em xeque a justificativa apresentada pelo hoje ministro Sérgio Moro, quando era o juiz do caso e mandou retirar o sigilo das investigações sobre o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quando anunciou a decisão que tornou pública dezenas de conversas de Lula grampeadas pela PF, o então juiz disse que apenas seguira o padrão estabelecido pela Lava Jato. Justificou alegando que estava sendo transparente junto ao processo, garantindo total publicidade aos processos e às informações de interesse para a sociedade.

No entanto, a pesquisa feita pelos integrantes da operação em Curitiba concluiu que o procedimento adotado no caso de Lula foi diferente do observado em outros casos semelhantes.

Os procuradores analisaram documentos de oito investigações que também houve escutas telefônicas e indicou que apenas no caso do e-presidente os áudios dos telefonemas grampeados foram anexados aos autos e o processo foi liberado ao público sem nenhum grau de sigilo. Em outros exemplos, encontrados pela força-tarefa, o levantamento do sigilo foi restrito e apenas os advogados das pessoas investigadas tiveram acesso aos relatórios elaborados pela PF bem como os áudios de conversas.

Frustração com o levantamento

A elaboração do levantamento veio como um tiro no pé para os procuradores. A pesquisa buscava na realidade, encontrar elementos que pudessem defender Moro contra as críticas que sua decisão até então havia recebido. Ele chegou até ser acusado de estar sendo parcial demais nas investigações, o que todos os procuradores e o próprio Moro, negavam. Segundo a Folha, de acordo com mensagens examinadas e coletadas a partir de um suposto vazamento, o resultado causou desconforto entre os integrantes que ficaram frustrados com as conclusões que apontou a pesquisa.

 

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.

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