O ministro da Educação, Abraham Weintraub, confirmou na tarde desta quinta-feira (18) que está de saída do MEC. O titular da pasta gravou um vídeo ao lado do presidente Jair Bolsonaro comunicando que deixará o cargo e agradeceu pelo tempo que ficou à frente do ministério. A demissão de Weintraub vinha sendo cogitada desde o início da semana, depois que ele participou de um ato que atirou fogos de artifício contra o prédio do STF.
Weintraub afirmou que assumirá um cargo de diretoria no Banco Mundial. “O presidente já referendou. Obrigado, presidente”, disse no vídeo. Ele destacou ainda que temia pela sua segurança e também da família. “Com isso, eu, a minha esposa, os nossos filhos e até a nossa cachorrinha Capitu, a gente vai poder ter a segurança que hoje me está deixando muito preocupado”, pontuou.
O ministro afirmou que não falaria sobre os motivos pelos quais está deixando o cargo e ressaltou que participará da transição. “Nos próximos dias, eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo”, afirmou. Weintraub disse ainda que está “fechando um ciclo e começando outro”. “E é claro que eu sigo apoiando o senhor, presidente Bolsonaro, como eu fiz nos últimos três anos”, completou.
O presidente disse que a troca no comando do MEC é “um momento difícil” e ressaltou a confiança que tem no ministro. Segundo ele, os dois jamais deixarão de lutar pela liberdade.
“É um momento difícil. Todos os meus compromissos de campanha continuam de pé. Busco implementá-lo da melhor forma possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando. E o momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser”, afirma Bolsonaro no vídeo.
Polêmicas
Weintraub assumiu o MEC em abril do ano passado, substituindo Ricardo Vélez Rodríguez. Nos 14 meses em que esteve no governo, ele acumulou polêmicas. Numa das mais recentes, ele chama ministros do Supremo Tribunal Federal de ‘vagabundos’ em vídeo de reunião ministerial. Ele ainda diz que colocaria todos na cadeia. Essas ofensas colocaram o ministro em um inquérito que investiga esquemas de disseminação de fake news.
No último domingo (14), Weintraub participou de um protesto com pautas antidemocráticas e inconstitucionais na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ele voltou a usar o termo “vagabundos” mas, desta vez, não disse textualmente a quem se referia.
Weintraub também atacou a China e foi criticado por grupos judaicos ao utilizar o Holocausto como exemplo para embasar uma opinião particular diversas vezes.
Veja o vídeo