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| Em 3 anos atrás

Antes de ser enterrado, religiosos insistiam que caixão de pastor fosse aberto

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“Abre, abre, abre, abre, abre!!”, clamavam olhando para o caixão do pastor Huber Rodrigues em Goiatuba. A fé move montanhas e às vezes a crença faz acreditar que o impossível pode acontecer. Mas nem sempre. Fiéis que acreditavam que o religioso ressuscitaria no terceiro dia insistiram para que os coveiros abrissem seu caixão, mesmo com o óbito confirmado. A experiência rendeu um espetáculo para a cobertura midiática e uma série de postagens sensacionalista nas redes sociais na madrugada desta terça-feira (26/10).

Por volta da 1 hora da madrugada, quando o corpo do pastor já havia sido liberado para enterro, fiéis da igreja pediram para que os coveiros abrissem o caixão, resistindo à ideia que o religioso, de fato, havia ido à óbito. Curiosos e profissionais da imprensa acompanhavam tudo. 

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A espetacularização da morte do pastor, vítima de problemas cardiorrespiratórios, se deu em decorrência de uma carta que Huber escreveu em 2008. O documento fez com que pessoas enfrentassem uma chuva para acompanhar a ressureição do religioso. 

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Mesmo com o laudo atestando o óbito, a esposa de Huber não permitiu que ele fosse enterrado e aguardasse o milagre. Tal qual Jesus Cristo, o pastor seria ressuscitado no 3º dia, às 23h30. Daí, o motivo da transmissão ao vivo realizada por Washington Gomes, radialista e repórter da região. “A família está em poder de um documento que diz que é para aguardar que ele ressuscitaria pela fé e quem somos nós para julgarmos A ou B? Estamos apenas mostrando nosso trabalho e à Goiatuba o que vai acontecer”, destacou.

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A transmissão rompeu as fronteiras goiatubenses. “Não vou julgar nem discriminar a fé de ninguém. Só trazer a informação”, garantiu Gomes durante a live. “Isso está correndo por todo o mundo, pessoas do exterior [estão acompanhando]”. “Pastor Huber é uma pessoa muito querida por toda a sociedade goiatubense”, cravou.

Veja a transmissão na íntegra abaixo da morte do pastor:

Teria tudo para ser um enterro tranquilo se não fosse uma carta escrita há 12 anos por Huber. Nela, o pastor evangélico e dirigente da Igreja Petencostal Deus é Amor declarava que iria passar por um “mistério de Deus”. “Durante três dias no qual, o senhor Jesus Cristo comprovará que Ele é o mesmo de ontem, hoje e sempre”, destacava. 

Ele explicava que o “mistério de Deus” era baseado em três passagens bíblicas. A morte e ressurreição de Lázaro; da filha de Jairo, e do filho da viúva de Naim, todas as passagens registradas nos evangelhos bíblicos.

“Mesm após confirmado o óbito, me revela Espirito Santo que será expressamente proíbido aos médicos ou qualquer outra pessoa, tocar no meu cérebro  ou no meu corpo físico”, destacava um trecho da carta. “Não podendo portanto, passar por autopsia, cirurgias ou qualquer itpo de medicação e muito menos a preparação do corpo pela funerária”.

A carta, concluía dizendo que sua integridade física teria de ser “totalmente preservada, pois eu ficarei morto por 03 (três) dias, sendo que no 3º dia às 23h30 eu ressuscitarei. Meu corpo durante estes 03 dias não terá mau cheiro e nem se decomporá, pois o próprio Deus terá preparado minha carne e meu cérebro para passar por essa experiência”. Quando atingiu o horário do milagre e nada aconteceu, Gomes declarou: “Não houve ressuscitação, haverá o sepultamento”.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.