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| Em 4 anos atrás

Antes de cortar bolo de aniversário verde-amarelo, Bolsonaro discursa: “Alguns tiranetes querem tirar a liberdade de vocês”

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Centenas de apoiadores do presidente da República foram à Porta do Palácio da Alvorada em Brasília dar os parabéns a Jair Bolsonaro (sem partido) que completa neste domingo (21/03), 66 anos de idade. Ao lado de Michelle Bolsonaro, que faz aniversário amanhã (22/03) ambos se dirigiram aos militantes bolsonaristas e, em um discurso que durou aproximadamente cinco minutos, o chefe do executivo brasileiro criticou contundentemente os decretos restritivos que prefeitos e governadores têm adotado, mas não fez menção às quase 300 mil mortes que o Brasil vê acumular.

Os apoiadores do presidente não pareciam se importar em estarem todos amontoados sem respeitar o distanciamento social. Boa parte deles, sem máscara ou com o acessório abaixo do queixo, aos gritos de “mito” e “o capitão chegou”, estavam em êxtase à medida que Bolsonaro andava. “Estamos juntos, presidente”, gritavam alguns. “Derrama senhor, derrama senhor… Derrama sobre ele o seu amor”, entoaram os militantes antes do capitão do exército iniciar sua fala. Enquanto cantava, Bolsonaro apontava os dedos aos céus, como que estivesse agradecendo. 

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“Uh! Caneta Bic, Uh! Caneta Bic, Uh! Caneta Bic”, gritavam… Bolsonaro tentou procurar o acessório no bolso de sua camisa social, mas havia esquecido. Pediu desculpas com os braços, deixando frustrados aqueles que queriam ver o presidente apontar às alturas uma caneta bic, capaz de dar poderes ao chefe de estado.

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“Pode ter certeza de uma coisa: a minha força vem de Deus e de vocês”, introduziu seu discurso. “Se alguém acha que um dia, nós abriremos mão da nossa liberdade, estão enganados. Alguns, tiranetes ou tiranos, tolhem a liberdade de vocês”, disse referindo-se aos governadores e prefeitos que tem adotados medidas restritivas para contenção do avanço da Covid-19.

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“Podem tem certeza, o nosso exército é verde-oliva e vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade. Estão esticando a corda”, disse sem dar muitos detalhes sobre quem estaria ‘esticando a corda’. “Faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse qualquer coisa é o que está na nossa Constituição, democracia e nosso direito de ir e vir”, reforçou.

Lembrou de quando foi eleito em 2018 e disse que sempre estaria com aqueles que o elegeram. Neste momento uma senhora, deu um elogio ao presidente: “Você é muito lindo”. Bolsonaro ignorou o comentário e continuou seu discurso. “Podem ter certeza: podem confiar na gente. Vocês, lá atrás, me deram esse voto de confiança. Enquanto eu vivo for, e enquanto eu for presidente, só Deus me tira daqui. Eu estarei com vocês”, disparou.

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Não lembrou as mais de 292 mil mortes pela Covid-19 até aqui. Ao contrário, disse que sua gestão frente à pandemia tem sido ok: “compra de vacinas desde o ano passado e como o maior projeto social do mundo que foi o auxílio emergencial”, pontuou. “Agora”, disse ele, “o povo mais pede é trabalho”, destacou. “O trabalho dignifica o homem e a mulher”, pontuou parafraseando um trecho bíblico. “Nós não queremos que o Brasil mergulhe no socialismo e o caminho para mergulhar no socialismo é aquele onde o povo vai para a miséria, fome ou tudo ou nada. Nós não trilharemos esse caminho”, concluindo seus agradecimentos antes de cortar um bolo verde amarelo. “Acreditamos em Deus e em vocês, o Brasil brevemente estará no lugar onde ele está que ele merece”, finalizou.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.