É isso mesmo: o deputado federal Alexandre Frota que hoje está no PSDB mas já foi bolsonarista de carteirinha sendo eleito pelo PSL, a legenda “queimada” do presidente da República, Jair Bolsonaro foi comemorar seu aniversário na residência oficial da Presidência da Câmara. Seu amigo, o democrata Rodrigo Maia abriu sua casa para uma festa com contornos gaúchos: garçons desfilavam pelos corredores com costelas e carnes nobres. Além das iguarias gastronômicas, Frota e Maia reuniram parlamentares que recentemente começaram a desferir críticas ao presidente da República. Havia gente até do PSL presente. Quem relata tudo, é o jornalista Guilherme Amado, que narrou os acontecimentos na manhã desta quarta-feira (16/10) em sua coluna na Época.
Maia afirmou que convidou toda a mesa diretora e todos os líderes. Segundo ele, a festa não teve a pauta anti-Bolsonaro como centro.
Entre os presentes no entanto, estavam presentes o deputado federal Felipe Francischini, integrante da legenda do presidente pelo Paraná. À Veja no último dia 8, disse que Bolsoanro teria que “explicar” o que quis dizer quando disse que o PSL estava “queimado”. Em entrevista ao jornal Metrópoles afirmou que foi “apunhalado pelas costas” pelo governo. Ele não gostou de ficar sabendo que o Ministério da Economia planejava encaminhar um projeto próprio para modificar a regra de ouro diretamente ao Senado. A proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre a medida já está tramitando na CCJ da Câmara – Comissão que preside.
Apesar de sua presença, Francischini afirmou que foi a residência oficial para tratar do projeto de prisão após segunda instância. “Chegando lá me deparei com um churrasco, e eu nem sabia pois não tinha sido convidado”, afirmou.
Junior Bozzella, do PSL, que também teceu críticas ao presidente da República também estava presente. Segundo a coluna, era cumprimentado por estrelas do central por supostamente liderar um motim no PSL contra Bolsonaro. Também estavam na festa Baleia Rossi, recentemente eleito presidente nacional do MDB, Aguinaldo Ribeiro, do Progressista e o bispo licenciado Marcos Pereira, do Republicanos, partido ligado à Universal e tido como uma possível futura casa para Jair Bolsonaro.
Vinhos ajudavam a fazer descer o churrasco e praticamente todos bebiam. Frota abandonou o hábito de beber álcool há algum tempo e era uma exceção. Uma deputada – a coluna não detalha quais as raízes da pseudo-cantora – puxou coro e animou um grupo de parlamentares cantando Marília Mendonça. A música? Ciumeira… “é uma ciumeira atrás da outra”.
Por meio de nota enviada à coluna de Amado, Bozzella afirmou que não sabia do caráter “anti-Bolsonaro” da festa. Também afirmou que ficou lá por “cinco minutos”. Pereira já disse que o evento “não foi organizado por Rodrigo Maia e não houve música ou excessos”, tampouco houveram “confabulações contra o governo nem contra ninguém”.