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Anistia Internacional denuncia “repressão política brutal” em Gâmbia

A Anistia Internacional condenou hoje (2) a “repressão brutal” do governo de Gâmbia contra membros da oposição, a poucos meses das eleições gerais, marcadas para dezembro. A organização exigiu a libertação de dezenas de presos políticos, de acordo com a agência EFE.

“As eleições em Gâmbia ocorrerão dentro de seis meses, mas há membros da oposição que continuam detidos, os jornalistas estão amordaçados e a sociedade civil está silenciada”, disse o diretor da Anistia Internacional para a África Ocidental e Central, Alioune Tine.

Em comunicado, ele afirmou que as detenções de opositores ocorreram principalmente em abril e maio, quando várias manifestações pediam reformas eleitorais antes das eleições.

O diretor lembrou que, durante as manifestações, a polícia feriu vários oposicionistas e deteve mais de 50, entre eles o líder do Partido Democrático Unido (UDP, na sigla em inglês). O partido denunciou que eles foram torturados e golpeados pelos agentes policiais.

Entre os detidos está também o dissidente Solo Sandeng, membro do UDP, que morreu quando se encontrava sob custódia policial pouco depois de ser preso quando participava de um ato de protesto.

“Gâmbia tem uma vasta e brutal história de repressão às vozes críticas, e manifestantes como Solo Sandeng pagaram um preço bem alto por protestar de forma pacífica”, lembrou Alioune Tine.

O presidente de Gâmbia, Yaya Jammeh, dirige o país com “mão de ferro” desde que, em 1994, tomou o poder em um golpe de Estado. O regime tem, desde então, sido acusado de graves violações aos direitos humanos.

Jammeh tem sido criticado pela comunidade internacional diante das contínuas ameaças contra os homossexuais, a quem chegou a apelidar de alimárias (animal irracional), após decretar em 2014 uma lei que condena à prisão perpétua os atos homossexuais “com agravantes”.

A Anistia Internacional lembrou ainda a morte, também sob custódia policial, do líder sindical Sheriff Dibba, ocorrida em fevereiro último, e o desaparecimento do dissidente Imam Sawaneh, após ter sido detido, e a detenção do jornalista Alhagie Ceesay.

Tendo em vista a próxima cúpula da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que será realizada sábado (4) em Dacar (Senegal), a organização apelou à comunidade internacional para que adote sanções contra Gâmbia e para que o país respeite os direitos humanos e as leis.

“A Cedeao deve se pronunciar sobre a situação deplorável em Gâmbia e colaborar com as autoridades para assegurar a libertação dos presos políticos e a anulação das leis repressivas”, diz o comunicado.

“Se o governo de Gâmbia se negar a cumprir essas normas, a Cedeao deve considerar a suspensão do país da organização até que cumpra com as suas obrgações”, defende a Anistia Internacional.

Marcley Matos

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