CAROLINA LINHARES
BRUMADINHO, MG (FOLHAPRESS) – As forças de segurança responsáveis pelas buscas em Brumadinho afirmam que animais presos na lama do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, só são mortos se estiverem agonizando.
O abatimento de animais a tiros por helicópteros da Polícia Rodoviária Federal se tornou alvo de polêmica nesta terça-feira (29). Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, o sacrifício é feito normalmente com injeção letal, mas outros métodos estão sendo utilizados devido à dificuldade de acesso aos animais.
Sobretudo vacas e aves estão presos na lama. Segundo Aihara, 26 já foram resgatados e levados para duas fazendas, onde recebem atendimento veterinário.
Há ainda animais presos na lama que estão recebendo água e comida enquanto aguardam o resgate.
“Na cena crítica, temos alguns animais que estão recebendo no local alimentação e água, porque a remoção ainda não é possível. A prioridade é o salvamento de pessoas ainda. No momento adequado, serão recolhidos”, disse o coronel Evandro Borges, chefe do gabinete militar e da Defesa Civil de Minas Gerais.
Borges pediu que o sacrifício de animais não seja polemizado. “Não vamos polemizar essa situação, que é algo dentro do procedimento de atendimento de socorrimento de uma crise dessa natureza.”
Aihara afirmou que os animais abatidos apresentam fraturas ou perfurações que tornam impossível o seu salvamento.
Segundo as forças de segurança, o resgate e o abate de animais está sendo acompanhado por veterinários, inclusive alguns cedidos pela Vale, e pelo Ibama.
“O abate somente é efetuado em último caso, quando os animais estão agonizando em estado terminal”, disse Borges. Há uma avaliação dos veterinários para recomendar ou não o sacrifício do animal.
“Não é ético insistir no sofrimento desses animais”, completou Aihara.
A Polícia Rodoviária Federal ainda enviará pronunciamento à imprensa sobre os tiros nos animais.