A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) se prepara para fazer a intervenção na Oi caso a demissão dos diretores executivos da companhia seja levada adiante na reunião do conselho de administração prevista para a sexta-feira (27).
A operadora está em recuperação judicial com uma dívida de R$ 64,5 bilhões e o governo interferiu para que a AGU (Advocacia-Geral da União) negocie um plano de recuperação da companhia para tirá-la da vala da falência. A empresa apresentou um plano à Justiça que não tem o aval da Anatel, nem dos credores públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica e o BNDES).
Os credores estrangeiros (bondholders) também não aceitam as vantagens que estão sendo concedidas aos acionistas que, na avaliação deles, deveriam ter sua participação na companhia diluída a ponto de perderem assentos no conselho de administração. Afinal, eles permitiram que a situação da companhia chegasse a esse ponto.
Pessoas que acompanham as conversas afirmam que o grupo liderado pelo empresário Nelson Tanure está descontente com a resistência do presidente da companhia, Marco Schroeder, que já vetou a versão anterior do plano de recuperação. Desta vez, o executivo também resistiu mas acabou enviando o plano à Justiça porque não havia tempo hábil.
A assembleia geral de credores estava marcada para a segunda-feira (23), mas a advogada-geral da União, a ministra Grace Mendonça, pediu ao juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde tramita o processo da Oi, o adiamento para que fosse possível negociar um plano de consenso. Sem isso, disse a ministra ao juiz, os credores vetariam o plano e a Oi iria à falência. (Folhapress)
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