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Categorias: Informativo
| Em 8 anos atrás

Ana Carla Abrão defende redução do Estado e mais responsabilidade fiscal para saída da crise

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Em artigo publicado na edição de hoje do Jornal O Estado de S. Paulo, a secretária de Fazenda do Estado de Goiás, Ana Carla Abrão, afirma que a solução para a crise financeira dos Estados passa por uma “drástica redução do Estado”.  O artigo, publicado na Coluna Opinião e intitulado de Conjunto Vazio, destaca ainda a necessidade de uma emergencial reorganização da estrutura legal e fiscal dos 27 entes federados para driblar a crise.

Ana Carla explica que as máquinas públicas estaduais atingiram tamanho e escopo insustentáveis, com obrigações que não cabem na capacidade de geração de receita. Para ela, as despesas com pessoal se tornaram incontroláveis em razão de sucessivos aumentos reais de salários e do crescimento vegetativo da folha, que foram alavancados por uma relação trabalhista desequilibrada, fruto do regime estatutário combinado à leniência da lei de greve, além de um regime previdenciário que hipoteca gerações à frente.

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A secretária afirma que a frustração de arrecadação dos últimos anos, causada pelo impacto da crise econômica sobre a atividade e pela erosão da base tributária, levou os Estados a um descompasso entre despesas e receitas que tem na sua reversão estrutural a única saída. Mas esta não é a única. Segundo ela, há que limitar o crescimento do gasto, a exemplo da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241) federal. 

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Precisamos de “um agressivo programa de desmobilização de ativos, que englobe a privatização ou transferência para a gestão pública das inúmeras atividades laterais; redução das despesas de custeio, notadamente as com pessoal; e revisão do modelo previdenciário são o início duro e imprescindível da solução”. 

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Ela avalia que a grave crise econômica é uma crise fiscal e que, se no nível federal as soluções começam a se desenrolar, nos Estados a situação se agrava a cada dia. “São 27 governadores que, em diferentes estágios, compartilham dos mesmos problemas. Vários batem às portas de Brasília em busca de fôlego para pagar a próxima folha de servidores, postergando em 30 dias uma agonia que se repete a cada mês, 13 vezes por ano. Neste final de ano a repatriação foi esse fôlego, ano que vem a nova repatriação será outro”, descreve.

 Ana Carla diz que enquanto receitas e despesas continuarem em dissonância nos Estados, a crise não cederá e, como mostra o caso agudo do Rio de Janeiro, sinais de distensão social podem adicionar ao crítico quadro um fator ainda mais complexo. 

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“A solução está, portanto, num novo regime fiscal para os Estados. E, para chegar a este novo mundo, não pode haver vacas sagradas. Servidores públicos, Previdência pública, despesas de custeio, empresas e políticas públicas, Poderes independentes e incentivos fiscais. Todos esses itens terão de compor um projeto de correção de rota. E a única maneira de impor um custo menor para cada um é corrigir os excessos que sabemos que há em todos”, acrescenta.

Diz ainda que esta não é a agenda ideal, e que, se fosse, incorporaria outras discussões: “A estabilidade além das carreiras de Estado, a do piso nacional da educação e a do endurecimento da Lei de Responsabilidade Fiscal”. Finaliza observando que a gravidade e o caráter sistêmico da crise requerem distensão do politicamente possível para se fazer o mínimo necessário. “Do contrário – arremata -, o colapso nos levará a todos e de nada nos adiantará, no futuro, termos sido obedientes aos contornos do politicamente possível de então”.

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