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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Amazonas escolhe governador-tampão

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Na primeira eleição para governador no país desde o início da crise política, o Amazonas deve escolher um representante das correntes que há décadas dominam o maior Estado brasileiro em extensão territorial. O primeiro turno ocorre neste domingo (6).

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Convocado há três meses após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassar José Melo (Pros) -e também o seu vice, Henrique Oliveira (Solidariedade)-, o pleito se transformou em uma disputa entre o veteraníssimo Amazonino Mendes (PDT), 77, o também ex-governador Eduardo Braga (PMDB), 56, e a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP), 44.

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Amazonino, que comandou o Estado em dois períodos (1987-90 e 1995-2003), é tido como presença certa no segundo turno, em 28 de agosto. A outra vaga deve ficar entre Braga e Rebecca, aliados até há pouco.

Os demais seis candidatos para o mandato-tampão de 14 meses incluem o petista José Ricardo, Liliane Araújo (PPS), Marcelo Serafim (PSB), entre outros.

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Nenhum desses aparece com chances, embora as pesquisas de opinião locais sejam pouco confiáveis.

Ao longo da carreira política, Amazonino se envolveu em diversos escândalos. Em um deles, em 1997, a Folha revelou sua participação na compra de votos para aprovar a emenda que permitia a reeleição, favorecendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O político amazonense, que negou a acusação, nunca foi investigado formalmente por isso.

Amazonino tem o apoio do também veterano prefeito de Manaus, o tucano Artur Virgílio Neto, 71, que aparece nas delações da Odebrecht por ter supostamente recebido R$ 300 mil na campanha de 2012. Apelidado de “Kimono” por lutar jiu-jítsu, ele nega ter recebido o dinheiro.

LAVA JATO E JBS

Governador de 2003 a 2010 e atualmente senador, Braga foi ministro de Minas e Energia de Dilma Rousseff (PT). Um dos caciques regionais do PMDB, é alvo de inquérito da Operação Lava Jato.

Braga aparece ainda na denúncia apresentada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, envolvendo propinas da JBS, embora não tenha sido acusado formalmente. Ele nega todas as acusações.

Para a campanha deste ano, Braga conta com o apoio do PC do B da senadora Vanessa Graziottin, apesar de ela classificar de golpe o impeachment de Dilma, que alçou o PMDB à Presidência.

Próxima de Braga, a ex-deputada Rebecca era, até maio, superintendente da Zona Franca de Manaus por indicação do peemedebista. Em 2014, foi candidata a vice-governadora em chapa encabeçada pelo senador.

Na semana passada, o Ministério Público Eleitoral entrou com uma ação cautelar contra Rebecca e o governador interino, David Almeida (PSD), que apoia a sua candidatura, por suposto uso da máquina pública.

O Ministério Público investiga a exoneração de 48 funcionários comissionados da Superintendência Estadual de Habitação (Suhab), supostamente por terem negado a se engajar na campanha de Rebecca.

Foi o uso da máquina pública que provocou a cassação do mandato de Melo. Ele foi condenado por um esquema de compra de votos com dinheiro público para a aquisição de cestas básicas, túmulos e outras benesses.

Encerrada na última quinta-feira (3), a campanha foi criticada pelo movimento partidAmazonas pelas poucas propostas voltadas à mulher. Dos nove candidatos, quatro nem sequer usam o termo “mulher” nos programas de governo, incluindo Amazonino. Rebecca e Braga fizeram propostas na área de saúde e segurança, respectivamente.

(FOLHA PRESS)

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