Fiel seguidora do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) é, no momento, o nome mais cotado para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
O colegiado é considerado o mais importante da Casa, pois avalia a constitucionalidade de todos os projetos e admissibilidade de Propostas de Emenda à Constituição (PEC), além de pedidos de impeachment.
A deputada está em primeiro mandato, mas já acumula algumas polêmicas.
Inquérito das Fake News
Kicis é investigada no âmbito do inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal. Ela teria gasto recursos da cota parlamentar para propagar mensagens favoráveis a manifestações antidemocráticas contra as instituições da república.
Ela foi alvo de uma operação da Polícia Federal em maio do ano passado e chamou de abuso de autoridade as ações do ministro Alexandre de Moraes, que preside o inquérito.
A parlamentar ainda tem contra si uma denúncia de racismo, por uma postagem em que ironiza Sergio Moro e Henrique Mandetta, ex-ministros do governo Bolsonaro. Após a exoneração de ambos, ela coloriu as faces dos dois de preto para fazer uma alusão à necessidade de cotas.
Kicis x STF
A briga com o STF tem também um outro ingrediente. Ela é autora de uma PEC que visa reduzir a idade máxima de aposentadoria compulsória dos ministros da Corte para 70 anos.
Atualmente, a retirada obrigatória se dá aos 75 anos de idade.
Votações e projetos
Bia Kicis tem duas atuações polêmicas no âmbito da educação. Ela é autora do Escola Sem Partido, que propõe restringir opiniões políticas de professores em sala de aula. O projeto foi muito criticado e classificado por várias entidades como censura.
Estava previsto, pelo texto, que alunos teriam direito de gravar aulas. Atividades político-partidárias também ficariam proibidas.
Kicis também votou contra o projeto do novo Fundeb. O fato gerou uma crise com o Planalto, que a afastou do cargo de vice-líder na Câmara.
Outra matéria proposta por ela que causou polêmica é a castração química como pré-requisito para conceder liberdade condicional a homens condenados por estupro.