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Alunos rejeitam acordo e decidem desocupar maior colégio do Paraná

Em novo posicionamento na madrugada deste sábado (29), os estudantes que ocupam o Colégio Estadual do Paraná, o maior do Estado, decidiram desocupar a escola.

Com isso, eles rejeitam o acordo feito com o governo do Paraná, o Ministério Público e a Defensoria Pública, na tarde de sexta (28), que previa a permanência dos alunos no colégio por mais dez dias e a desocupação de outras 24 unidades em Curitiba -há ordens de reintegração de posse para essas escolas.

Os estudantes são contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal através de Medida Provisória (MP) e a PEC 241, que estabelece teto para os gastos públicos. No Paraná, o movimento chegou a ocupar 850 escolas (de um total de 2.100 unidades).

Numa entrevista coletiva, os alunos afirmaram que o movimento estudantil é “horizontal”, e que nenhum acordo poderia ser feito sem a consulta de todos os participantes -apenas alguns representantes dos alunos foram à reunião com o Ministério Público e o governo.

“A proposta que nos foi mostrada fere os princípios básicos do movimento estudantil”, disse uma estudante, que não quis se identificar. “[Desocupar os outros 24 colégios] vai tirar o valor dos alunos e das ocupações deles, das motivações que eles têm.”

Em nota, o grupo afirmou que foi “atraído para uma reunião”, com caráter emergencial, para debater as reintegrações de posse, mas disse ter sido “coagido” pelo Estado.

“O que houve foi uma coerção do Estado para a desocupação em massa, com a tentativa de centralizar os estudantes no CEP [Colégio Estadual do Paraná] e fragilizar o movimento secundarista.”

O grupo afirmou que desocuparia o colégio “para respeitar a horizontalidade do movimento” e “não ficar como o nome principal [das ocupações]”. A data ou prazo para essa desocupação não foi divulgado.

Os alunos afirmaram que saem fortalecidos, mesmo com a desocupação.

“É o maior movimento estudantil do mundo. A gente está mobilizado. Quando estivermos na rua, vamos dar muito mais problema para o Estado, já que ele quer dar problema para a educação pública de qualidade”, disse um aluno, na entrevista coletiva. “É ocupar e resistir, não só na escola. A gente vai lutar enquanto a MP e a PEC não forem revogados.”

A saída dos estudantes das outras escolas com mandados de reintegração de posse será definida em cada ocupação. Até esta sexta (28) à tarde, alunos ouvidos pela Folha diziam que sairiam sem resistência, por temer confrontos. Mas a decisão cabe às assembleias em cada colégio.

(FOLHA PRESS)

Samuel Straiotto

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