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Educação
| Em 2 anos atrás

Alunos de Pós-Graduação da UFG anunciam greve geral e mobilização contra a suspensão das bolsas

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A Associação de Pós-graduandos da Universidade Federal de Goiás (APG-UFG) anunciou nesta quarta-feira (7), greve e mobilização, a partir da próxima quinta-feira (8), contra a suspensão do pagamento das bolsas de pós-graduação, residência médica e pedagógica, e iniciação científica, custeadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A ação é resultado dos cortes orçamentários feitos pelo Ministério da Educação (MEC), no último dia 30.

Com o corte, mais de 200 mil alunos bolsistas do mestrado, doutorado, residência e iniciação científica da graduação ficarão sem renda no mês de dezembro, no Brasil. O programas da CAPES exigem que os alunos bolsistas tenham dedicação exclusiva, sendo assim, não podem ter carteira de trabalho assinada, o que impossibilita outras fontes de renda mensal. Para muitos dos estudantes pesquisadores, a bolsa é o único recurso financeiro.

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Estudantes

A vice-presidente da APG-UFG, Lara Damiane, ressalta que os alunos se sentem ameaçados com a falta de previsão por parte da CAPES e da Universidade Federal de Goiás (UFG), que também sofreu com cortes orçamentários.”Tanto as universidades quanto a CAPES nao tiveram o orçamento deste mês para as despesas que não são consideradas essenciais, e também é o que paga as bolsas dos estudantes. São mais de 200 mil bolsas que nesse mês não serão pagas”, acrescenta.

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De acordo com Lara, a bolsa é o salário dos estudantes-pesquisadores e não existe sequer uma previsão de quando a bolsa será paga. “O estudante bolsista é obrigada a ter vínculo exclusivo, ele não pode ter nenhum tipo de vínculo empregatício. A bolsa é o nosso salário estudantil para se manter enquanto estudantes, enquanto pesquisadores”.

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As mobilizações acontecerão nos Câmpus Samambaia e Colemar Natal e Silva. (Foto: UFG)

Greve e mobilização

Em reação aos cortes das bolsas de dezembro, que inviabilizam a continuação das atividades de pesquisa na UFG, os estudantes organizam uma greve geral e mobilização com participação dos estudantes da pós, professores e técnicos-administrativos, nesta quinta-feira (8). Haverá manifestações no Câmpus Samambaia UFG, a partir das 8h30, no pátio da Humanidades II e no Câmpus Colemar Natal e Silva, a partir das 14h30, na Faculdade de Educação.

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A paralisação vai impactar diretamente a continuidade e resultado das pesquisas feitas em diversas áreas científicas. De acordo com Lara, a greve será por tempo indeterminado. “É um cenário de insegurança. A APG indicou que a gente faça uma greve, a partir do dia 8, até o momento que a gente receber as bolsas”, explica.

A representante da associação dos estudantes destaca que não irão desistir até obterem algum retorno. “Nós usamos as bolsas para pagar nosso aluguel, para pagar as nossas contas, para pagar a passagem até a universidade, também para subsidiar algumas coisas da nossa pesquisa, então, a bolsa é nosso salário, precisamos receber”, pontua.

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Posicionamento e Medidas

A paralisação nacional, anunciada hoje (7), motivou medidas por parte de algumas universidades no Brasil. Entretanto, segundo a vice-presidente da APG-UFG, a UFG ainda não se posicionou oficialmente. De acordo com Lara, o apoio da universidade é imprescindível e necessária para negociação com o Governo.

A representante da APG afirma que existem propostas para receber auxílio de outras instituições, até que a situação se normalize. “A reitoria pode pressionar para que esse orçamento seja liberado, outras medidas que também foram tomadas por algumas universidades, foi liberar o restaurante universitário de forma gratuita para os estudantes da pós-graduação. Existe também uma proposta de tentar o auxílio com a Fundação de Amparo a Pesquisa de Goiás (Fapeg) para que a gente possa ter algum valor”, pontua.

Até o momento, a UFG não declarou o que pretende fazer em relação à atual situação dos alunos. A Pró-Reitoria de Administração e Finanças anunciou que, até então, estão de mãos atadas e aguardam decisão do Ministério da Economia. “Também estamos preocupados com a notícia de que o MEC não terá como pagar em dezembro os médicos residentes de hospitais federais e os bolsistas da Capes. Estamos de mãos atadas, estarrecidos, aguardando alguma decisão por parte do Ministério da Economia que reverta, o quanto antes, esta absurda situação”, disse o Pró-reitor de administração e finanças, Robson Maia Geraldine.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.

Tags: CapesmecUFG