De dispensável a essencial. O empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi (da carne recomendada pelo Tony Ramos em horários nobres da TV aberta) passou de inábil e limitado – politicamente – a alvo de disputa por grupos partidários para as eleições de 2014.
A nova ‘vítima’ da inevitável dinâmica do poder.
E não há dúvidas de que a carência do mais que bem sucedido empresário anapolino é o poder. A política. A caneta do Executivo goiano.
Há?
Pois bem, o fato é que o vácuo do discurso, da falta de carisma e da ausência de propostas reais para o Estado foi preenchido pela força do dinheiro. Assim, objetivamente.
O rei da picanha ganhou – de repente – o apreço dos que se intitulam ‘oposição’ ao governo Marconi Perillo (PSDB).
O que mudou?
É que, com o enfraquecimento da imagem do governador – ensopada com o escândalo Cachoeira e com sua administração não menos molhada em questionamentos e dúvidas -, os nanicos cresceram, os velhos adversários ganharam músculos e o pragmatismo do tucano foi subjugado.
Aos olhos dos opositores, o único detalhe que os separam do governador é a disposição para gastar rios de dinheiro na campanha eleitoral.
Logo de cara, Marconi tem como financiador indireto o Governo Federal, que investe mais de sete bilhões de reais no Estado com empréstimos (leia aqui).
Alguém pode encarar?
Friboi, que durante uma conversa informal ressaltou que o rendimento mensal do frigorífico é “algumas vezes maior que o orçamento do Estado”. Palavras do empresário.
Ele é a luz no fim do túnel para os que não dispõem de recursos e de coragem para gastar com a campanha.
E aqui nasce a coalizão.
As alianças.
As parcerias sem as quais não se faz política e com as quais se tem feito tanto mal. Diga-se de passagem.
Os amigos e inimigos que compõem o mesmo elenco da gestão pública.
Como nem tudo são flores…
Discurso? Isso não é problema. Uma boa equipe dá jeito – para começar.
O problema é que Friboi quer a cabeça da chapa e não esconde sua pretensão.
Outros também querem.
Em suas desastradas articulações para garantir apoio, buscou primeiramente a base da pirâmide. Participou de campanhas municipais pelo interior, conversou com vereadores e pequenos líderes partidários.
Não satisfeito, foi ao topo. Se encontrou com representantes nacionais dos partidos, atropelando conversas com nomes estaduais, como o ex-governador Iris Rezende (PMDB).
Recuou. Se redimiu. Só não chegou ainda ao consenso.
No PMDB, o empresário é visto como solução. Sai como vice de Iris Rezende em 2014 e consolida seu nome para 2018. “Vitória certa”, prenuncia um deputado peemedebista.
O empresário socialista resolveria ainda o problema do PT na chapa. Ou melhor, o ‘problema’ de Rubens Otoni. Neste cenário, o partido negociaria com Paulo Garcia e Antônio Gomide, que têm aspirado à vaga, e Otoni se lançaria ao Senado. Desejo explícito do petista.
Seria o caminho para Friboi ser provavelmente o sucessor em 2018, quem sabe já em 2018.
Na intitulada terceira via, Júnior Friboi também é benquisto.
Como não ser?
Mais um, em um grupo que tem como nomes principais um deputado dono de um partido em extinção, divido entre situação ou oposição, e um ex-prefeito sem partido com planos para filiação em um nanico.
Só mais um?
Todo – e qualquer – milionário é bem-vindo.