O pré-candidato do PCdoB à prefeitura de Goiânia, Professor Fábio Tokarski definiu como algo inusitado na política goiana a união em prol da formação de uma possível aliança entre presidentes de partidos e representantes de pré-candidaturas para o debate do ‘Movimento Goiânia 100 Anos: O Futuro Começa Agora’, lançado na última terça-feira (6), no salão do Umuarama Hotel, no centro da capital. 

A declaração foi dada em entrevista a Altair Tavares, onde o pré-candidato pontuou os próximos passos do movimento que busca melhorias estruturais e sociais que a cidade necessita. “Lançamos esse movimento e convidamos todos os partidos e candidaturas do campo democrático pra elaborar um projeto para juntos também termos a clareza de que Goiânia não merece ser governada pela extrema direita”, afirmou Fábio.

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No evento de lançamento diversas forças políticas e sociais marcaram presença, como o representante do senador Vanderlan Cardoso (PSD), o presidente da Codevasf em Goiás, Abelardo Vaz, a vereadora Aava Santiago (PSDB), o ex-deputado federal, Valdivino de Oliveira (PSDB), e a presidenta estadual do PSOL, Cíntia Dias. A presidenta do PT em Goiás, a vereadora Kátia Maria, também estava presente, representando a pré-candidata, a deputada Adriana Accorsi (PT), e o presidente do Partido Verde, Cristiano Cunha (PV).

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De acordo com Tokarski o movimento também é um convite a todos os habitantes de Goiânia para o esforço. “É um projeto ousado, mas nós precisamos de ousadia, nós não podemos manter essa lógica de fake news imposta por setores da sociedade que pregam que a mentira, desde que ela seja bem falada, tá tudo bem. Não, está tudo bem. Goiânia é uma cidade bonita, mas já foi mais admirada e precisa de cuidados, para isso precisa reunir forças econômicas, sociais, partidárias, sendo os trabalhadores e o setor empresarial”, afirmou Fábio durante a entrevista.

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Política do movimento

Conforme o documento oficial da proposta do ‘Movimento Goiânia 100 Anos: O Futuro Começa Agora’, em que o Diário de Goiás teve acesso, o momento pede mais largueza de espírito e capacidade de valorizar as convergências. “Os partidos são instituições autônomas, cada um com seus projetos e propostas, precisam ter voz e não podem ser invisibilizados”, diz o texto sobre a política do movimento.

Para a identificação de um diagnóstico aprofundado, estão propostas convenções a partir de 20 de julho e até lá estarão sendo construídos projetos para a cidade. “Até as convenções cada partido definirá sua candidatura ou o seu apoio, até lá temos razões para juntos construirmos um projeto, que Goiânia merece, pede e temos a responsabilidade de elaborar”, consta o manifesto.

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Ênfase no trânsito e no transporte público

Dentre as propostas elaboradas por Tokarski está o desenvolvimento do trânsito na capital. “Em média, o trânsito em Goiânia, acarreta cerca de três vezes mais mortes do que na cidade de São Paulo. Proporcionalmente, isso não é razoável para uma cidade que foi planejada, uma cidade que tem se constituído numa região relativamente plana. Todos esses problemas requerem uma solução estrutural”, explicou.

O pré-candidato afirma que o projeto de estruturação trabalhará na identificação de um diagnóstico aprofundado e na formulação de projetos e que o ideal é que o projeto perdure por mais de um mandato para solucionar os problemas estruturais de longo prazo, como é o caso da construção do BRT, citada por Fábio como um exemplo.

Ele criticou a atual gestão do atual prefeito Rogério Cruz (Republicanos), que afirmou ter entregue 60% da obra do BRT. ” Como uma gestão que não consegue nem gerir a coleta do lixo, a limpeza, a zeladoria da cidade, vai se estabelecer com credibilidade? A própria execução dessa obra do BRT que é uma obra simples, eu, como engenheiro civil, reconheço que é uma obra muito simples, de um projeto simples e alegar que fez mais de 70%, isso é uma demonstração de baixa capacidade de execução”.

Além da questão do BRT, Tokarski também destaca que um conjunto de obras estão paradas na capital, ou com erro de execução e planejamento. “A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) conta com apenas quatro engenheiros, nenhum engenheiro de trânsito. É um abandono do trânsito da cidade. A onda verde que já tinha sido estabelecida está sendo operada manualmente”, cita Fábio.

Ainda na temática do trânsito, Fábio afirma que o projeto também estuda soluções para agilizar o fluxo do transporte coletivo na capital. “É inaceitável submeter os trabalhadores, os usuários do transporte coletivo a um retardo tão grande nos seus deslocamentos. Goiânia não precisa disso. Na verdade, é uma ausência de prefeito, porque o prefeito não é só um gestor, é antes de tudo um ser político capaz de ouvir e levar em conta os anseios da comunidade”, avaliou o pré-candidato.

Questão climática

Como descrito na proposta elaborada por Fábio, uma das crises que vive a humanidade é a crise ambiental, a crise do clima. Por isso, o movimento vem também para despertar a capacidade de se industrializar com base em energia verde, com base na inteligência artificial, com base na capacidade de realização coletiva. Durante o lançamento do movimento, a temática foi levantada pelas vereadoras Kátia Maria e Aava Santiago.

“Tivemos lá uma contribuição importante das duas vereadoras, que apresentaram e reforçaram a questão climática, de que Goiânia, ela tem que se preparar para enfrentar essa questão. Porque hoje essa questão, ela não só se resume aos carros, mas na periferia, ela impacta crianças com as enchentes, então são problemas muito sérios que Goiânia não tinha”, finaliza Fábio.

 

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