O pastor Silas Malafaia foi às redes sociais organizar uma campanha de boicote à empresa Natura por conta da nova campanha do dia dos pais e isso pode lhe custar caro. O carioca partiu da premissa transfóbica, segundo a Aliança Nacional LGBTI+ e a organização protocolou nesta quinta-feira (30/07) no Ministério Público do Rio de Janeiro uma ação criminal contra o pastor. “O discurso de ódio não pode proliferar em hipótese alguma”, afirmou ao Diário de Goiás, Toni Reis, presidente da entidade.
A empresa de cosméticos contratou o ator transgênero Thammy Miranda para uma campanha do Dia dos Pais. A ação não caiu bem para o pastor que afirmou que a campanha com o modelo seria uma “afronta aos valores cristãos”.
A Aliança Nacional LGBTI+ entende que Malafaia “cometeu deliberadamente, dolosamente e conscientemente crime de Transfobia”. O pastor apresentou “em página pública, post de conteúdo insofismavelmente transfóbico, deslegitimando o reconhecimento social e legal e, consequentemente incitando o ódio à pessoas Transgêneras”, segundo o documento.
A Organização entende que Malafaia ao convocar um protesto com a expressão “Vamos boicotar a Natura!”, com a redação “Coloca uma mulher para fazer papel de homem no dia dos pais”, estaria violando a decisão do Supremo Tribunal Federal que qualifica crimes de homotransfobia.
Respeito à diversidade religiosa
Reis ressalta que é fundamental respeito à todos, inclusive às religiões, mas quando a dignidade humana é posta à prova, nesse caso é necessário buscar Justiça. “É fundamental respeitarmos a diversidade religiosa, os posicionamentos, porém quando passa a ferir a dignidade humana da pessoa e de uma comunidade, aí nós precisamos ter justiça”, pontuou.
A Aliança Nacional LGBTI+ entende que houve afronta e injúria não apenas a figura do modelo Thammy Gretchen mas também à toda a comunidade. “nós vamos a todas as instâncias do nosso país, tanto nacionalmente ao Supremo Tribunal Federal e as instâncias internacionais. O discurso de ódio não pode proliferar em hipótese alguma, precisamos amar o próximo e à próxima independente da genitália, da orientação sexual, da identidade e expressão de gênero”, concluiu.