A decisão tomada por Ana Paula Rezende, de não se candidatar à Prefeitura de Goiânia, ganhou repercussão entre aliados de primeira hora e quadros do MDB em Goiás. A primeira manifestação partiu do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha. Embora ainda esteja no Patriota, o político já declarou que retornará nos próximos dias ao partido. Seu nome, apesar de impedimentos jurídicos, também é considerado pela legenda na disputa, caso seja autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nas redes sociais, o político direcionou um recado especial à Ana Paula. “Acabei de ler seu posicionamento em relação ao processo eleitoral de 2024. É verdade que seu nome em nosso meio político vem como um acalento pra o desejo de continuidade daquilo que seu pai fez por nós. Tem muito da saudade do Iris sim nesse desejo, mas tem também da necessidade de ter alguém como você cuidando de todos nós, porém, nada deve se sobressair ao respeito à sua decisão”, escreveu Mendanha.
Ao relembrar o ex-governador e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (1933-2021), pai de Ana Paula, Gustavo Mendanha afirmou que tê-la na política faz bem. “Iris só tem um, mas na Ana Paula corre o sangue cheio de amor, sabedoria e generosidade”, enfatizou.
O ex-prefeito de Aparecida declarou que seu respeito por Ana Paula aumentou no processo, pelo modo transparente e sincero como ela mantém o legado do pai. “Independente do cargo ou da função, Goiânia e Goiás ganham com essa mulher de garra que o Iris criou”, reforçou.
O vereador Henrique Alves, presidente da Comissão Metropolitana do MDB, disse entender a decisão pessoal de Ana Paula, e destacou que o importante é que ela se mantenha à disposição do partido.
“Nós estivemos há alguns meses atrás, não só eu, mas toda a bancada do MDB juntamente com a Ana Paula, e ela explicitava aquilo que ela expôs hoje, que é justamente a dificuldade pelo fato de ser medida sempre com a regra do seu pai, a dificuldade em relação a uma possível candidatura, mas que ela iria pensar, tomar essa decisão. E hoje nós fomos surpreendidos. Claro, entendemos a decisão da Ana Paula. Agora, o mais importante é a disposição dela de continuar à disposição do partido, futuramente ou mesmo na próxima eleição. Ela até citou a possibilidade de vir a vereadora, mas [deve] disputar cargos eletivos, porque é um quadro que enriquece muito o partido e a cidade também”, ponderou.
Sobre outros nomes do partido para a disputa na capital, Henrique Alves cita Gustavo Mendanha ou, caso sua candidatura não se viabilize, o apoio ao presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil) também é uma possibilidade.
“O MDB tem o Gustavo Mendanha que, essa semana, segundo o próprio, iria, através do MDB nacional, realizar a consulta do TSE. Mas, obviamente, isso depende de uma série de fatores. Não está nas mãos dele ou mesmo do partido aqui em Goiás uma decisão referente a uma candidatura dele. Vai caber ao partido sentar futuramente nesses próximos meses e amadurecer uma candidatura, seja um apoio a algum candidato, seja até o presidente da Assembleia que é o nosso deputado Bruno Peixoto”, argumentou.
As possibilidades, porém, não se restringem a Mendanha e a Peixoto, segundo o vereador. “O partido tem outros grandes candidatos. Não sei o interesse do Rogério [Cruz] em iniciar novamente uma conversa com o MDB. Mas o MDB é o maior partido da cidade. É um partido grande, é o partido que tem mais força na capital, tem a maior bancada. Então, sem dúvida, independentemente do caminho que o MDB seguir, onde o MDB estiver será um diferencial na campanha em Goiânia”, finalizou.
O deputado estadual Issy Quinan (MDB), que foi eleito vice-presidente da Alego para o biênio 2025-2026, também cita respeito à decisão de Ana Paula Rezende. “É uma decisão de cunho pessoal que nós temos que respeitar. Obviamente, ela deve ter as razões que fizeram com que declinasse da pretensão de concorrer ao pleito de 2024”, salientou.
No entanto, o deputado afirma que seguirá na direção de apoiar uma possível candidatura de Bruno Peixoto, independentemente de qualquer decisão partidária. “A minha posição já está definida nesse sentido. Sendo o Bruno candidato, independentemente da posição do meu partido, que eu espero que também esteja ao lado do Bruno nas eleições, eu estarei”, assegurou.
Para Issy Quinan, a desistência de pré-candidatos se torna um cenário favorável para Peixoto.
“Na medida em que os nomes que potencialmente reúnem condições de disputar, vão deixando o cenário da pré-candidatura, o Bruno vai se fortalecendo e vai se consolidando cada vez mais como a melhor opção da base de apoio do governador Ronaldo Caiado na disputa da prefeitura”, frisou.
O deputado ainda teceu uma série de elogios ao presidente da Assembleia Legislativa.
“Ele já se mostrou um legislador e um parlamentar extremamente hábil nesses anos em que exerceu as mais variadas funções dentro do parlamento. E agora, como presidente da Assembleia, demonstra-se um gestor de alta capacidade, extremamente competente e conectado com todas as questões administrativas que dizem respeito ao funcionamento da Assembleia Legislativa, fatores esses que o credenciam sobremaneira para a disputa em 2024 e, evidentemente, exercer um mandato com muita eficiência, entregando os resultados que a população de Goiânia espera”, concluiu.