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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Alfredo Bertini, secretário do Audiovisual, pede demissão do cargo

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Alfredo Bertini, que desde junho deste ano ocupava o cargo de secretário do Audiovisual, órgão ligado ao Ministério da Cultura, pediu demissão do cargo nesta quinta (8). Sua exoneração ainda não foi publicada no “Diário Oficial”, mas já teria sido aceita pelo ministro, segundo a Folha de S.Paulo apurou.

Diretor do festival pernambucano Cine-PE, Bertini foi nomeado ao posto pelo ex-ministro Marcelo Calero, que também pediu demissão no mês passado e foi substituído por Roberto Freire.

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No cargo, responsável pelo estabelecimento de diretrizes ao audiovisual, ele protagonizou uma série de polêmicas.

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A primeira delas envolveu o filme “Aquarius”, dirigido por seu conterrâneo, o recifense Kleber Mendonça Filho. Foi Bertini quem nomeou os membros da comissão que escolheu “Pequeno Segredo” como representante brasileiro no Oscar.

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Entre os jurados, Bertini escolheu o comentarista de cinema Marcos Petruccelli, que já havia atacado o protesto anti-impeachment feito pela equipe de “Aquarius” no Festival de Cannes. A polêmica causou furor: três diretores retiraram seus filmes da disputa em apoio a “Aquarius”, e dois membros abandonaram a comissão.

Leia a íntegra da carta:

“O gesto de despedida costuma ganhar uma dimensão de felicidade, quando há boas lembranças por se evidenciar. O sentimento do dever cumprido e do exercício digno e fiel aos ideais também são agentes dessa satisfação, mesmo que a missão maior ainda esteja por ser construída.

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Minha contribuição para o Audiovisual brasileiro,  no ofício de Secretário do MinC, está encerrada. Orgulha-me ter sido componente do atual Governo, ao qual agradeço pela confiança depositada. Apesar do tempo  curto, penso que pude deixar alguns marcos bem definidos. Do conjunto de servidores que se mostrou motivado e engajado até muitos parceiros integrantes da cadeia produtiva, saio com a convicção de que novos conceitos e valores foram muito bem plantados. E isso me serve muito.

Enfim, a intenção de ajustar o Audiovisual ao inevitável processo de mudanças tecnológicas, que nos leva à compreensão econômica da atividade, está aí sedimentado. Encarar essa realidade da Economia no Audiovisual, mesmo em tempos de dificuldades fiscais,  é um desafio hoje palpável. Os instrumentos já estão delineados. Ademais, a prioridade de se promover a capacitação profissional para o enfrentamento dessa realidade econômica também está ao alcance. Um modelo inédito e exequível.São dois pontos que deixo, à mercê de qualquer ideia de indução,  como um discreto legado, em meio ano de trabalho árduo e complexo. Natural até pela diversidade do setor.

O importante é que, diante dessa circunstância tão meritória, fruto do exercício coletivo de toda uma equipe comprometida  e parceiros sintonizados, encontro-me hoje mais enriquecido. Isso é o que nos move a continuar na luta, pois ao apostar nas idéias de renovação, agindo com ética e respeito, as conquistas serão sempre reais.

Ser visionário pode não representar o essencial por algum momento, mas não tenho dúvida de que trazer para a vida real a visão do futuro não tem momento…e é mais do que essencial.

De coração, muito obrigado!”

Folhapress

 

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