Recém-eleito presidente nacional do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse neste sábado (9) que só vai discutir alianças para 2018 depois da definição das candidaturas à Presidência da República.
A expectativa era que já se definisse na convenção nacional do partido o nome de Alckmin como candidato tucano.
No entanto, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, também se lançou pré-candidato e defendeu a realização de prévias “duras”. Alckmin disse não ver problemas em enfrentar o correligionário.
Em entrevista após a convenção, Alckmin foi questionado sobre uma eventual aliança com o PMDB, partido do presidente Michel Temer.
“As alianças são depois das definições das candidaturas”, respondeu o governador.
A relação entre o PSDB e o governo já vinha se desgastando e se agravou nos últimos dias, quando ministros criticaram o partido.
O ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que também deseja disputar a Presidência, chegou a dizer ao jornal Folha de S.Paulo que Alckmin não seria o candidato do governo.
A maioria da cúpula tucana defendeu não restringir qualquer aliança por enquanto. O único que discursou contra uma eventual parceria com o PMDB foi Arthur Virgílio.
Na entrevista, Alckmin também defendeu a reforma da Previdência e disse que faria uma reunião na semana que vem para discutir um eventual fechamento de questão, ou seja, avaliar se o partido vai determinar ou não que seus parlamentares votem a favor da reforma, sob pena de punições que podem chegar à expulsão da legenda.
“Pessoalmente, sou favorável à reforma da Previdência. Minha posição pessoal é pelo fechamento de questão. O caminho agora é o do convencimento”, afirmou o governador.
Ainda na agenda econômica, se disse a favor de privatizações, das concessões e das PPPs (parcerias público-privadas).
Ao falar aos jornalistas, Alckmin agradeceu ao senador Tasso Jereissati (CE) e ao governador Marconi Perillo (GO), que abriram mão de disputar o comando do partido.
Também se disse “muito honrado” com o apoio do prefeito de São Paulo, João Doria, que desistiu de disputar a Presidência da República.
Questionado sobre o constrangimento que o senador Aécio Neves (MG) poderá causar à legenda, o governador de São Paulo disse apenas que mineiro “tem uma história de serviço prestado e vai cuidar da sua defesa”.
“Mas há que se reconhecer o trabalho que fez em Minas e também sua contribuição na última eleição”, destacou.
Aécio foi vaiado ao chegar à convenção da legenda e deixou o local após apenas 40 minutos. (Folhapress)