Geraldo Alckmin (PSDB) apontou com o indicador para as lentes de um tablet que transmite, no fim da manhã desta quarta (23), suas respostas a usuários do Twitter.
“Se você me perguntar se eu quero ser [candidato à presidente], eu vou dizer olhando aqui nos seus olhos que sim”, respondeu o governador de São Paulo ao usuário @Mygoodness1. Não sem defender que a candidatura tucana ao Planalto deverá ser uma “decisão coletiva [do partido], para o final deste ano”.
“Uma candidatura a cargo majoritário, como o de presidente da República, não é uma decisão pessoal, é uma decisão coletiva. Começa pelo partido, tem que ouvir alianças, a sociedade. Esse é o bom caminho”, afirmou Alckmin (o vídeo está disponível em https://twitter.com/geraldoalckmin_/status/900376589522882561).
O governador, no entanto, desviou da segunda parte da pergunta: se teria o apoio de seu afilhado político, João Doria, que também aspira a se candidatar ao Planalto.
A ala alckmista do PSDB defende que a legenda firme seu nome para 2018 até dezembro, numa tentativa de evitar a candidatura do empresário. Doria defende a realização de prévias, mas não fala em prazo.
Sobre o sistema político, o governador defendeu a reforma política e o parlamentarismo, mas se disse contrário ao financiamento público de campanhas. “Defendo campanhas mais verdadeiras e mais baratas”, disse o governador, favorável ao financiamento privado das candidaturas.
Alckmin também foi evasivo ao falar sobre a existência de um racha dentro do PSDB. O partido está dividido sobre o desembarque ou não do governo de Michel Temer -em que ocupa quatro ministérios, entre eles a Secretaria de Governo (Antônio Imbassahy) e o das Relações Exteriores (Aloysio Nunes).
Na semana passada, uma peça publicitária, com críticas implícitas ao governo Temer e em que a legenda diz ter errado, escancarou a cisão no partido, com notas de repúdio e de apoio à peça de todas as plumagens.
O governador de São Paulo se posiciona pela saída do governo. No Twitter, disse apenas que, em um partido grande como o PSDB, “é natural que tenha pontos de vista diferentes”.
Ainda que tenha evitado falar de si como candidato oficial do PSDB, Alckmin começou a conversa com tuiteiros respondendo a uma questão sobre seus projetos governo para o Nordeste, caso seja eleito. Destacou que a Sabesp emprestou bombas para o fornecimento de água em Estados atingidos pela estiagem, entre outras promessas.
A pergunta veio do usuário @ilailson_amorim, que começou a usar o Twitter neste mês. Seus tuítes começaram na semana passada, com republicações de postagens de tucanos e do deputado federal Jair Bolsonaro.
O perfil é semelhante ao da maioria dos escolhidos para participar da conversa: ora usuários pouco ativos na rede sociais, ora perfis ligados à militância do PSDB.
Segundo o Twitter, que cedeu o espaço para a entrevista, toda a mediação foi feita pela equipe de mídias digitais do governador. (Folhapress)