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Política
| Em 3 horas atrás

Alcides nega compra de cadáveres para Unifan e diz que inquérito foi arquivado por falta de provas

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Uma denúncia envolvendo o candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides (PL), referente à compra irregular de corpos humanos para serem utilizados em estudos anatômicos na Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), de propriedade do político, foi alvo de repercussão nesta semana. O fato teria ocorrido no ano de 2014 e foi investigado pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO).

Em entrevista ao jornalista e editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares – durante entrevista na Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, apresentado por Fernanda Cândido e Fred Silveira – nesta quinta-feira (17), Alcides afirmou tratar-se de uma “fake news” disseminada pela concorrência. O candidato confirmou a existência do inquérito, mas alegou que o processo foi arquivado “por falta de provas”.

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“Ele virou processo e foi arquivado por falta de provas. Não existem provas, não houve, não houve essa compra de cadáver”, pontuou. “Essa denúncia foi feita por um diretor do curso de farmácia, que foi dispensado em 2017, e ele foi lá e disse que ele comprou e tal. Mas ele disse que comprou e não provou e também não chegaram essas peças que ele disse ter comprado lá na Unifan”, justificou.

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Alcides salientou que a faculdade tem um convênio com o Instituto Médico Legal (IML), desde o ano de 2017, para o fornecimento de cadáveres. “Todas as faculdades que têm medicina trabalham dessa forma”, disse. “Hoje, a maioria das peças que nós temos são anatômicas, peças importadas, e que fazem a diferença, né, é como se fosse um próprio cadáver”, explicou.

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Ocorrência

De acordo com o relatório do inquérito policial, Alcides e outros membros da administração da faculdade teriam utilizado documentos falsificados, supostamente emitidos pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, para legitimar a aquisição dos corpos.

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A denúncia foi feita por um ex-diretor do Instituto de Ciências e Saúde da Unifan, que relatou que corpos sem procedência definida foram entregues no campus da faculdade em agosto de 2014. Segundo ele, o diretor acadêmico da faculdade teria reclamado da falta de cadáveres para estudo e solicitado novos corpos por meio de um contato em São Paulo.

De acordo o inquérito, o denunciante afirmou que os corpos chegaram transportados em um táxi, acondicionados de forma inadequada, em sacos plásticos, caixas com ossos e encéfalo armazenados em baldes. O ex-diretor afirmou ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) que se afastou da instituição após receber ameaças de morte por parte de outros membros da direção, já que se opunha à compra irregular dos cadáveres. Em seu depoimento, ele alegou que o próprio Professor Alcides, em uma conversa particular, teria admitido que os corpos foram “roubados” de uma faculdade de São Paulo.

Ainda segundo o ex-diretor, o diretor acadêmico da Unifan teria cobrado R$ 50 mil de Alcides pelos corpos, embora o denunciante não tenha confirmado se esse valor corresponde ao total da transação ilegal. Ele também declarou que, após o início das investigações, os cadáveres foram retirados do laboratório da Unifan, restando apenas algumas peças anatômicas, como um aparelho digestório glicerinado, rins e um fígado.

O Ministério Público requisitou a instauração de um inquérito para apurar crimes como subtração de cadáver, uso de documento falso, fraude em certame de interesse público e associação criminosa, caso a participação de outros funcionários seja comprovada. Somadas, as penas desses crimes podem chegar a 17 anos de prisão.

A polícia ressalta que, em depoimento, o dono da universidade negou todas as acusações. Ele afirmou desconhecer a procedência dos corpos alegadamente vindos de São Paulo e negou que tenham sido entregues por táxi no campus da Unifan.

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