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| Em 4 anos atrás

Ainda é cedo para flexibilizar o uso de máscaras, afirma infectologista

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Mesmo a passos lentos, a vacinação contra a Covid-19 está andando em todo o país. Diante desse cenário, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) sugere que as máscaras sejam flexibilizadas o que foi criticado por profissionais e autoridades sanitárias. Se alguns consideram a ação “irresponsável”, outros ainda consideram cedo um afrouxamento nesse sentido, como o médico infectologista Marcelo Daher.

Marcelo Daher pondera que a vacina protege contra consequências graves da doença, mas não do vírus em si. “O que a gente sabe é que, primeiro, nenhuma vacina dá proteção 100%. As vacinas que a gente tem e estamos utilizando contra a Covid-19 foram desenhadas para proteção contra a doença grave e não contra a infecção. Pessoas vacinadas poderiam se expor e adoecer”.

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O infectologista também alerta que até a sugestão de liberar o uso de máscaras dos que já foram contaminados é perigosa, haja vista o risco de reinfecção da Covid-19. “Quem teve a doença, por exemplo, em abril ou maio do ano passado, por exemplo, a cepa original que estava circulando é diferente das variantes hoje. Pode ser que os anticorpos estejam já diminuindo e as variantes escapem desses anticorpos. A gente corre o risco das pessoas que já tiveram tenham novamente a doença.”

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O uso de máscara se faz mais do que necessário neste momento pois é fundamental para conter o avanço do novo coronavírus. “Como a gente está numa fase que a gente quer frear a transmissão, expor pessoas à doença, é manter a transmissão ativa. O ideal agora é frear isso”, reforça Daher.

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Novas variantes

Daher alerta para o risco de uma pessoa não tomar o reforço às doses das vacinas. Ainda há possibilidade da criação natural de novas variantes e os imunizantes são uma boa proteção nesse sentido. “As vacinas já tem uma proteção boa, mas o que mantém a proteção alta, são as duas doses. E com a variante Delta que é a indiana que está circulando, no Reino Unido e nos Estados Unidos já representam 3% das variantes, provavelmente no Brasil não é diferente. As duas doses são muito mais importantes porque com uma dose só a proteção contra a variante é de 30% e as duas doses garantem a proteção acima dos 70%”, destaca.

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Para o infectologista, não faz sentido deixar de se imunizar contra a Covid-19 neste momento. “Agora fica uma discussão em cima da vacina contra o Covid. Uma doença que está matando muita gente, cujo efeito colateral é leve perto do que é a doença e do que ela causa, uma discussão que até então ninguém fazia.”

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.