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| Em 3 anos atrás

AGU relata aplicação de 55 a 57 mil doses indevidas da vacina contra Covid-19 em crianças e adolescentes

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O advogado-Geral da União, Bruno Bianco, relata que até dezembro, a pasta constatou entre 55 a 57 mil aplicações de doses indevidas da vacina contra Covid-19. Em entrevista ao programa Voz do Brasil desta quinta-feira (20/01) o ministro explica os motivos pelos quais direcionou ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF, um pedido de suspensão da imunização ao público.

Bianco relata que aproximadamente 20 mil doses destinadas a adultos foram aplicados em crianças. Há, inclusive, menores de 5 anos que sequer tem o aval da Anvisa para a imunização com quaisquer imunizantes disponíveis. “Tem das mais variadas marcas”, explica. Mas os erros podem ser muito maiores. “Foram 55 mil a 57 mil aplicações de doses indevidas”, relata. Os motivos ainda serão investigados. 

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“Não sabemos se são problemas cadastrais ou da ministração da vacina. Ou houve dolo, fraude, equivoco. Diante disso, para que nós não prevaricassemos, uma vez que a Advocacia-Geral da União e Governo Federal diante desses dados que são alarmantes e assustadores e caso se confirmem, de fato, podem ter consequência no âmbito criminal e nós peticionamos ao ministro Ricardo Lewandowski que é quem coordena e toca entre aspas uma ação que cuida da vacinação em criança e pedimos a ele tivéssemos essas informações. Ele de pronto, acolheu. Isso é uma atuação institucional, jurídica e constitucional e ele deu esse prazo para que os Estados expliquem”, pontuou.

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Agora, a AGU pretende investigar e apurar a partir dos dados fornecidos pelos Estados para um trabalho de farmacovigilância. “Esses equívocos e aplicações indevidas são gravíssimas. Pretendemos saber o que aconteceu e o porque se aplicou essas doses de forma indevida, porque se aplicou dose em criança sem aprovação da Anvisa, porque se descumpriu o Plano Operacional da vacina de covid-19 que é diferente do PNI que é destinada a outras vacinas. Se eles acompanharam essas crianças, se foi verificado se de fato houve reações adversas, hospitalizações ou qualquer tipo de efeito. Vamos fazer um trabalho de farmacovigilância”, pontuou. Se for o caso, poderá até haver procedimentos administrativos e criminais instaurados.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.