O mês de agosto de 2017 comparado ao ano de 2016, tiveram aproximadamente 500 focos de incêndios a mais registrados em todo o Estado de Goiás. Nos meses de agosto e setembro costumam ser contabilizados maiores números de queimadas florestais influenciadas pelo vento e tempo seco. De acordo com o tenente coronel Ami Souza do Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO), apenas uma das corporações chegou a atender mais de 15 incêndios por dia neste mesmo mês.
Em agosto de 2016 foram registradas 1.273 ocorrências de queimadas, entre pequenas e grandes proporções, já no mesmo mês de 2017, foram contabilizadas 1.752, aproximadamente 500 incêndios florestais. No entanto, comparado os meses de janeiro a agosto de 2016 a os mesmos meses de 2017, este ano apresenta 13,66% de decréscimos no número de ocorrências. Em 2016, entre janeiro a agosto foram registrados 5.191 ocorrências incêndios e em 2017, contabilizados 4.482, cerca de 700 queimadas a menos que o ano passado.
Como conta o coronel, nesta segunda-feira (4) três equipes do corpo de bombeiros estiveram no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, localizado na zona rural de Goianápolis combatendo e controlando o incêndio. “Infelizmente uma grande área do parque foi afetada”, conta. Ami afirma que cerca de 15 a 20 incêndios de pequenas e grandes proporções são combatidos por dia, em determinadas localidades do Estado.
Até o momento foram registrados incêndios de grandes proporções em locais importantes do Estado, como a Serra dos Pirineus, em Pirenópolis, que teve 70% do parque incendiado; no Parque Estadual da Serra de Jaraguá, em Jaraguá; no Parque Estadual Araguaia, em São Miguel do Araguaia e na Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia.
Segundo o Coronel, os focos de incêndios costumam se alastrar rapidamente tornando um pequeno foco em um grande incêndio florestal. De acordo com ele, a importância do incêndio não poder ser classificada, no entanto, existem deferentes tipos. “Tem diferentes tipos de incêndio florestal. Por exemplo, o que mais afeta são os em áreas maiores como parques estaduais ou parques federais, esse são bem preocupantes. Tem o incêndio em vegetação, que são nos lotes baldios, em pequenas quantidades, no entanto, não deixa de ser importante”, explica o coronel.
Conscientização
Segundo o coronel Ami Souza, a saída para a diminuição das queimadas é a conscientização da população. Pois, grande parte dos incêndios no Estado são causadas por limpezas de lotes baldios com fogo, o que acaba se alastrando e perdendo o controle. “Nós já tivemos incêndios em industrias que foram iniciados em lotes baldios. Tivemos incêndios em residências que começou em lotes baldios, além de incêndios em veículos que também tiveram início em lotes baldios”, acrescenta.
Como conta Ami, a cultura de fazer a limpeza de lotes com fogo ou a limpeza de pastos em uma propriedade rural, pode gerar além de prejuízos ao meio ambiente também a outras pessoas. “Essa cultura tem que ser interrompida. Outras situações, a pessoa passa na rodovia e joga o cigarro lá, isso torna em fagulha de fogo e pode gerar incêndio. Outra coisa, tem pessoas que vão acampar nos parques e infelizmente colocam fogo lá, fazem uma fogueira e não apagam direito”, acrescenta o coronel.
Existem diversas formas de tornar uma fagulha de fogo em uma queimada. Entre elas, motivos simples como um cigarro atirado pela janela do veículo, uma fogueira mal apagada de um acampamento e a prática de caçadores pouco conhecida. Segundo o coronel, entre os motivos de incêndios estão a caça na mata, de forma em que os caçadores incendeiam o local para que os animais que habitam saiam de suas tocas e sejam capturados.
A Equipe do Corpo de Bombeiros pede cuidado com as matas, em principal, nessa época do ano, que o clima e o vento ajudam a alastrar o fogo. “Nosso pedido é que não se coloque fogo, não faça arteiros com fogo, principalmente nessa época. É permitido que se faça sim, desde que sejam consultados órgãos ambientais e no período correto. Agora é um período em que o fogo pega muito fácil na vegetação, pois ela está muito seca, umidade muito baixa e vento muito forte”, orienta.
A corporação também aconselha, em casos de incêndio nas rodovias, que o condutor não tente ultrapassar a nuvem de fumaça. Pois, neste momento a visibilidade é prejudicada e não é possível saber o que está à frente. A orientação é parar o veículo e esperar que toda a densidade da fumaça desapareça. Caso já esteja na nuvem, o condutor deve andar devagar até alcançar estabilidade. Além disso, os bombeiros orientam a nunca descer do carro, pois pode ser atropelado por um outro veículo perdido dentro da fumaça.
De acordo com o coronel, a conscientização da população é importante para a diminuição dos incêndios florestais. Segundo ele, existem situações em que a corporação, mesmo que dispostas, não conseguem conter o volume de fogo e acabam gastando materiais, entre eles a água utilizada no combate a queimada. “A prevenção nessas ações são as melhores coisas. Não realizar a ação danosa e se caso veja alguém praticando fazer uma denúncia para a polícia, a fim da punição adequada”, acrescenta.