Um dos advogados do presidente Michel Temer, Marcus Vinicius Coelho tem defendido que os depoimentos da Odebrecht não sejam considerados no julgamento porque, segundo ele, não ficou provado financiamento da empreiteira, a partir de desvios da Petrobras, para a campanha de 2014.
“A peça inicial da acusação fala de construtoras repassando dinheiro para campanhas como resultado de propina da Petrobras. Esse é o fato específico da inicial. A Odebrecht é citada dentro deste contexto específico. O próprio Ministério Público reconhece em seu parecer que não há prova de tal financiamento à campanha presidencial de 2014”, diz o advogado.
“Além disso, as colaborações premiadas, que são importantes instrumentos de investigação, não são suficientes para a condenação sem que haja prova material que as corrobore”, argumenta.
Em seu entendimento, “os fatos que podem ser conhecidos, nos termos do artigo 23 da Lei Complementar 60”, artigo que embasa o debate sobre aceitar ou não as provas da Odebrecht na ação, “são aqueles que servem para confirmar ou não a acusação. Fatos estranhos àqueles especificamente postos na inicial não podem ser conhecidos”, disse Coelho à reportagem.
O presidente Michel Temer assiste no gabinete presidencial o julgamento na Justiça Eleitoral. Ele chegou às 9h ao Palácio do Planalto para acompanhá-lo desde o início e assiste ao lado de ministros, como Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), e parlamentares da base aliada.
Segundo relatos de presentes, tem mantido contato frequente com o advogado Gustavo Guedes e tem avaliado que as posições dos ministros da Corte Eleitoral até o momento sinalizam vitória do peemedebista. (Folhapress)