A advogada russa Natalia Veselnitskaia, tragada para o centro do escândalo dos contatos entre a equipe de campanha de Donald Trump e a Rússia após a revelação de que ela havia se reunido com o filho do republicano, já estava na mira das autoridades americanas antes mesmo daquele encontro.
Veselnitskaia se reuniu em junho de 2016 com Donald Trump Jr., filho mais velho do atual presidente dos Estados Unidos, em um encontro arranjado por um intermediário de contatos russos que havia prometido oferecer informações comprometedoras sobre a presidenciável democrata Hillary Clinton “como parte dos esforços do governo russo para ajudar Trump”.
Após o “New York Times” noticiar a ocorrência do encontro, Trump Jr. defendeu-se na semana passada afirmando que Veselnitskaia não cumpriu a promessa de entregar informações sobre Hillary. Ela, que havia sido apresentada ao filho do republicano como “advogada do governo russo”, nega trabalhar para o Kremlin.
Na época, Veselnitskaia trabalhava nos Estados Unidos fazendo lobby contra sanções impostas contra a Rússia e atuava na defesa da empresa Prevezon Holdings Ltd., alvo de ação no país sob acusação de lavagem de dinheiro.
Em determinado momento, promotores dos Estados Unidos tentaram obter acesso a e-mails trocados entre ela e um outro advogado que atuava no caso. Não está claro se as comunicações foram de fato interceptadas.
Além disso, autoridades de imigração tentaram diversas vezes barrar a entrada de Veselnitskaia nos Estados Unidos, mas a advogada conseguiu uma autorização do Departamento de Justiça para trabalhar temporariamente no país na defesa da Prevezon.
Em janeiro de 2016, Veselnitskaia reclamou de ter sido “intimidada pelo governo” dos Estados Unidos durante o processo.
O caso foi encerrado em maio, com a Prevezon sendo multada em US$ 6 milhões mas não admitindo culpa. Veselnitskaia descreveu sua atuação no caso como bem-sucedida.
Devido à reunião com Veselnitskaia, Trump Jr. deverá ser convidado a depor no Senado. Atualmente, o FBI (polícia federal americana) e o Congresso investigam os indícios de conluio entre a equipe de campanha de Donald Trump e a Rússia na eleição presidencial do ano passado. A Casa Branca e o Kremlin negam as acusações. (Folhapress)