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Notícias do Estado
| Em 9 meses atrás

Adufg não segue indicativo de greve, mas vê com preocupação posicionamento do governo

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Mesmo com a aprovação do indicativo de greve dos docentes das universidades federais pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), a Adufg-Sindicato (Associação de Docentes das Universidades Federais de Goiás) não irá aderir ao movimento, inicialmente. Ao Diário de Goiás, o presidente da Adufg-Sindicato, Geci José Pereira da Silva, afirmou que o sindicato não é aliado à Andes, e tomará as decisões conforme as escolhas da categoria em Goiás, no entanto, vê com preocupação o posicionamento do governo federal.

Segundo o presidente da Adufg, é a categoria que decide. O sindicato aguarda as negociações com o governo, previstas para a segunda quinzena de abril. “Não é um sindicato que se diz nacional que decide por nós. Por isso que o nosso sistema não é verticalizado. Nosso sistema é horizontalizado”, explica Geci. “Greve é um instrumento para o trabalhador, e ele tem que usar de forma eficiente, inteligente, no momento certo. Então, a gente deve fazer assembleia na segunda quinzena, vamos discutir como os professores estão pensando e esperamos que até lá o governo também haja, dê algum horizonte, para tomarmos uma decisão com mais cuidado”, acrescenta.

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De acordo com Geci, a greve dos professores das universidades federais de Goiás (UFG, UFCat, UFJ) é uma possibilidade, mas antes de decidir pela paralisação, discutirão outras alternativas. “Vamos encaminhar uma contraproposta de reestruturação da carreira para o Governo Federal. A nossa tendência é tentar sensibilizar o governo de que a nossa carreira precisa ser atrativa de novo, pelo menos cumprir o piso nacional do professor”, detalha o presidente da Adufg.

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Remuneração desatualizada

Segundo o representante dos professores das universidades federais de Goiás, o salário dos docentes federais está abaixo do piso nacional e a categoria enfrenta desvalorização da carreira. “O nosso salário hoje não cumpre a nossa malha salarial, não cumpre com o piso do professor. Hoje a gente está 34% abaixo do piso da nossa malha salarial”, argumenta Geci.

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Atualmente, o salário dos docentes federais para 40 horas aula na graduação é de R$ 3.412, enquanto o piso nacional estabelecido é R$ 4.580. “Vemos com preocupação a posição do Governo Federal de, até o momento, não definir reajuste para 2024, até porque, temos perdas significativas. A gente considera desde março de 2015 como sendo o tempo para definir o percentual das nossas perdas, que hoje elas passam aí de 36%, mesmo com os 9% do ano passado”, explica o professor.

Conforme Geci, no dia 03 de abril o Sindicato se reunirá com o Sesu (Secretaria de Educação Superior), para buscar apoio junto ao MEC (Ministério da Educação). “A nossa carreira precisa voltar a ser atrativa. As universidades federais têm os melhores cursos de graduação, têm os melhores cursos de pós-graduação, grande parte da pesquisa nacional é feita nas universidades federais, então uma carreira desvalorizada coloca em risco o país, coloca em risco toda a soberania nacional, uma vez que precisamos investir em ciência, tecnologia, e para fazer isso as universidades são atores principais em todo esse processo. Precisamos que os talentos estejam dentro das universidades, estudamos pelas pessoas, pesquisadores, trabalhando com satisfação”, pontua o professor.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.