Adriano não esconde que voltaria ao Flamengo. Depois de fazer gol no retorno ao Maracanã, no Jogo das Estrelas, o atacante mantém a simplicidade que sempre foi sua característica e nutre o sonho de vestir novamente a camisa rubro-negra.
“Eu faço uma preparação. Até para ter ritmo em janeiro, jogo uma pelada com os amigos. Vamos ver, só depende agora da diretoria e do presidente [do Flamengo].
Não tem como explicar, a nação rubro-negra é emocionante. Não tem como explicar, eles sabem da minha trajetória no Flamengo, sabem o carinho que realmente tenho pelo Flamengo”, disse Adriano.
A entrevista foi feita pela estilista Adriana Rosa e publicada no canal Papo de Estilo, no YouTube. Durante a conversa, o Imperador voltou a dizer que se incomoda quando vê inverdades a seu respeito na mídia, mas afirmou que o assédio dos fãs não é um problema. “É até bom, me dá autoestima”, divertiu-se. Ele também revelou com quais nomes do futebol mantém amizade.
“Contato eu não tenho mais porque vivo trocando de telefone, mas tem vários. Tem Ronaldo, Ronaldinho, Emerson, Beto, Djair, Djalma, Edmundo, tem vários. Eu sou meio que o xodózinho deles, me chamam de Didico. Ainda mais aqui no Rio, a gente tem essa proximidade. Lá fora é mais complicado”, explicou.
Com uma básica camiseta cinza, o ídolo flamenguista foi bastante questionado sobre suas preferências de moda e estilo. Foi essa a deixa para que Adriano destacasse sua maneira tranquila de levar a vida. “O Adriano é uma pessoa normal, todo mundo sabe da minha simplicidade, sabe como sou, gosto de me divertir e de fazer tudo o que uma pessoa faz hoje”, comentou, referindo-se a si mesmo na terceira pessoa.
“Eu sei que tem coisas que não posso fazer porque nego fica no pé, mas tento me sentir bem. Que seja eu, não gosto de fugir muito do ego Adriano. Adoro estar com a minha família, meus amigos. Antigamente gostava muito mais de sair de casa, hoje já prefiro ficar e ter mais privacidade, ficar mais protegido. O Adriano, hoje, é uma pessoa normal como todo mundo. Gosta de andar descalço, sem camisa, não dou muita bola para essas coisas”, descreveu.
Confira outros trechos da entrevista:
CRIANÇAS
“Primeiramente, o estudo. A educação é tudo na vida, independentemente do que você seguir, a educação tem que ficar. Me preocupei até com o meu irmão mesmo, meu filho também. Ver o Adriano e achar que tem que seguir o futebol. Não, primeiramente o estudo e depois o futebol. O meu irmão hoje está nos EUA, em Nova Jersey. Está na faculdade e depois vai jogar. Espero que essas crianças hoje escolham primeiro o estudo. Sem o estudo hoje em dia, os clubes não estão aceitando, ficam travando. Isso é muito legal, tem que incentivar. Na verdade quase ninguém gosta de estudar, eu dei sorte. A gente tem que forçar a garotada, mas, para mim, já estava escrito que seria jogador de futebol. Dei sorte.”
FAMA
“Eu tive muita ajuda familiar. Graças a Deus, nunca perdi minha cabeça. Teve um momento, sim, logo que eu fui para a Itália. Nunca tive nada na minha vida antes daquilo, aí comecei a ganhar um pouquinho de dinheiro, vi que poderia comprar um carro a mais. Mas foi só aquele momento mesmo, a minha família já chegou e disse que não era legal. Eu me travei. Sempre fui assim, minha família sempre foi assim. Sempre me ajudaram muito.”
ASSÉDIO
“Eu não me incomodo. Com os fãs nunca me incomodei, até porque dependo deles. Tenho que agradecer a eles por estar aqui hoje. A única coisa que me incomoda na mídia é quando inventam algo que você não fez. Se eu saí para a noite e saí na imprensa… Se eu fiz, tudo bem, não me importo. Mas inventar uma coisa me incomoda muito. Na maioria das vezes, não era certo o que saía na imprensa. Nunca fui santo, isso todo mundo já sabe, mas o que me incomoda e me deixa chateado é que não pensam que tenho família e filhos que estão vendo. Por isso eu evito dar entrevista, até para ver realmente como falam de mim. Eu até comento com os meus amigos: ‘tá vendo? Tô sem jogar, tô dentro de casa e mesmo assim estão falando de mim’. Isso que me incomoda, mas os fãs não. Já to acostumado. Para mim é até bom, me dá autoestima.”
ITÁLIA
“Para mim era um sonho, né. Na verdade, eu nem esperava ir tão cedo para a Itália, ainda mais para jogar na Inter de Milão. O meu empresário me ligou dizendo que era para eu ir para casa porque estava conversando com o pessoal da Itália. Quase desmaiei, achei que estava brincando comigo. Eu tinha 18 anos, aquilo foi um choque. Nunca imaginava poder ir tão rápido para a Itália. Quando cheguei lá, caiu realmente a ficha que realmente estava lá. Vi aqueles jogadores todos, Seedorf, Ronaldo… Eu estava vivendo um sonho. Foi bom, essa experiência foi ótima. No início é sempre difícil para qualquer um, a língua, a alimentação… Hoje eu falo um pouquinho de italiano, mas no começo a dificuldade é para todos. Quando vou lá, vou sempre quase nos mesmos restaurantes porque eu sei que ali vou comer bem. E se come muito também na Itália!”