A ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo afirmou nesta quarta-feira (10) em depoimento à Justiça Federal que movimentou R$ 1,2 milhão após a sua prisão. A informação pode levá-la de volta para a cadeia.
Ancelmo está com os bens bloqueados desde a deflagração da Operação Calicute, em novembro. Ela afirmou ao juiz Marcelo Bretas que retirou o valor de sua previdência privada que tem os filhos como beneficiários.
“Fiz a transferência para pagar os honorários [dos advogados] e dívidas do escritório. O banco disse que isso poderia ser feito por ser recursos de previdência privada”, disse ela.
O procurador Rodrigo Timóteo disse que vai oficiar o banco para esclarecer como a operação foi realizada.
“Ela não poderia fazer essa movimentação porque todas as contas em seu nome estão bloqueadas. Vamos apurar e nos manifestar”, disse ele, que disse ser possível um novo pedido de prisão.
Ancelmo afirmou que fez a operação por meio de uma secretária. Não ficou claro se a movimentação ocorreu após a saída dela do Complexo Penitenciário de Gericinó.
Nesta quarta, o empresário Luiz Alexandre Igayara afirmou também que emitiu notas frias em nome do escritório da ex-primeira-dama. Ele disse que pagou R$ 2,5 milhões à firma, sem a prestação de serviços.
Igayara firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal e foi o primeiro a confirmar à Justiça o uso do escritório de Ancelmo no esquema do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Ancelmo negou em depoimento que tenha cometido qualquer crime. Ela disse que prestou serviços à Reginaves, por meio de reuniões, pareceres e análise de documentos. (Folhapress)