Pelo segundo pregão seguido, as ações da BRF e da JBS operam em queda. Ambas as empresas estão entre as investigadas na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada na sexta-feira (17) e que investiga um esquema de corrupção na fiscalização de frigoríficos no Brasil.
Outros papéis do setor também caem por causa da repercussão do caso, com a suspensão da carne brasileira em vários países.
Depois de perderem 7,25% na sexta-feira, as ações da BRF recuavam, por volta das 12h45, 3,31%, a R$ 35,87. A Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira a suspensão temporária da venda de produtos de frango da companhia. A BRF diz que não foi notificada dessa decisão.
Os papéis da JBS chegaram a subir neste pregão, mas há pouco perdiam 1,77%, a R$ 10,53, depois de despencarem 10,59% na sessão anterior.
As ações da Marfrig caíam 3,92%, a R$ 5,38. Fora do Ibovespa, os papéis da Minerva cediam 7,23%, a R$ 9,36. As duas empresas não são alvo da operação da PF.
A China já suspendeu temporariamente as importações de carne brasileira. O Chile também anunciou que vai fazer o mesmo. A União Europeia informou que poderá barrar as empresas brasileiras implicadas na operação da PF.
“Apesar da tentativa do governo de minimizar a Operação Carne Fraca, a investigação continua repercutindo negativamente tanto no mercado local quanto no mercado externo”, comenta a equipe de análise da Guide Investimentos, em relatório.
Os analistas destacam que o Brasil é o maior fornecedor mundial de proteínas, com 40% do mercado da carne de frango, 20% do mercado de carne bovina e 9% do mercado de carne suína, e que recentemente estava conseguindo abrir novos mercados.
“O risco para as grandes empresas é o aumento das restrições à carne do Brasil no exterior”, afirmam. “Outro risco é o impacto, no mercado interno, da imagem das grandes marcas nacionais, que já estão sofrendo com a fraca demanda.” (Folhapress)