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Categorias: Mundo
| Em 7 anos atrás

Acionista nos EUA processa BRF após Operação Trapaça

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A BRF está sendo processada nos Estados Unidos por um acionista que acusou a empresa de alimentos de ocultar seu envolvimento em supostas fraudes ligadas à análise sanitária de produtos.

As investigações da Operação Trapaça demonstraram que setores de análises do grupo BRF e cinco laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura fraudavam resultados de exames em amostras do processo industrial, informando dados fictícios ao Serviço de Inspeção Federal.

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Na ação, que foi deflagrada no dia 5 de março, o ex-presidente da companhia Pedro Faria chegou a ser preso temporariamente -ele foi solto na última sexta-feira (9).

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A denúncia feita pelo acionista foi apresentada na noite de segunda-feira (12) à Corte Distrital de Manhattan em nome de detentores de American Depositary Receipts (ADRs, que são os recibos de ação negociados nos EUA) da BRF de 4 de abril de 2013 a 2 de março de 2018, e tem como objetivo uma ação coletiva contra a companhia.

O autor da denúncia, Ryo Nakamura, afirmou que a BRF, o ex-presidente Pedro Faria e outros funcionários inflaram artificialmente o preço das ações da empresa, enganando acionistas sobre suas operações e práticas de conformidade. Procurada, a BRF não comentou o assunto.

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Nakamura destacou a queda das ações após a divulgação das notícias sobre a Operação Trapaça. Os ADRs da BRF fecharam em US$ 7,59 no dia 5 de março -queda de 19% em apenas um dia.

É comum nos Estados Unidos que acionistas entrem na Justiça após a revelação de suposta conduta ilícita que tenha causado queda no preço das ações de uma empresa.

Prisão

Faria chegou a ser detido por causa de um email que enviou a três vice-presidentes, depois de saber da ação trabalhista de uma ex-funcionária, que acusava a empresa de obrigá-la a adulterar os resultados de testes laboratoriais na planta de Rio Verde (GO).

No email, o executivo escreveu: “Isso é um absurdo! Nós sempre tomamos bucha nos mesmos lugares. Hélio, por favor, avalie algo drástico por lá”.

Para o Ministério Público, a mensagem demonstrava que “as fraudes eram reiteradas” na BRF e o então presidente estava pedindo ao líder do setor de suprimentos que “encobrisse o delito”.

Em seu depoimento, Faria afirmou, no entanto, que estava solicitando “remoção, demissão e outras medidas disciplinares” contra os responsáveis pela fraude ao pedir “medidas drásticas”. (Folhapress)

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