O Brasil perdeu R$ 146 bilhões em 2016 por conta dos acidentes de trânsito, o equivalente a 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto). O cálculo é do Cpes (Centro de Pesquisas e Economia do Seguro), da Escola Nacional de Seguros, e corresponde ao valor que seria gerado pelo trabalho de vítimas que morreram ou ficaram inválidas após acidentes.
O custo da insegurança foi o tema debatido por especialistas na última mesa do fórum sobre segurança no trânsito, promovido pela Folha de S.Paulo em parceria com a Ambev e a Labet Exames Toxicológicos na segunda (29) e terça-feira (30).
“É pouco ético a gente perguntar quanto custa uma vida. Mas temos que saber o quanto a sociedade, como um todo, perde quando tiramos essa vida”, disse Natália Oliveira, economista do Ceps.
“Quase 75% dos acidentados estão na população economicamente ativa. São pessoas que deveriam estar trabalhando”, afirmou Oliveira.
Somente em rodovias federais e estaduais, foram R$ 5 bilhões perdidos em 2016, segundo a fundação Seade (Sistema Estadual de Análises de Dados). O número leva em conta gastos como a destruição do veículo, despesas hospitalares e a perda de produtividade.
“São aproximadamente R$ 15 milhões por dia. São números muito assustadores”, disse Carlos França, chefe da divisão de produção e analista de projetos da fundação.
Para Oliveira, os números demonstram urgência no investimento em segurança viária no país. “O Brasil precisa gastar dinheiro para aumentar fiscalização, melhorar estradas. Não é como um investimento em educação, que, apesar de necessário, demora 20 anos para trazer um retorno. Você aumentar a fiscalização para mudar um comportamento no trânsito traz um retorno financeiro agora”. (Folhapress)