SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Autoridades colombianas informaram nesta terça-feira (29) que ao menos 75 pessoas podem ter morrido durante a queda de um avião na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia.
Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. O time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.
A informação foi inicialmente divulgada pelo general José Acevedo Ossa, membro da polícia local e responsável pelo resgate, e foi posteriormente confirmada pelo prefeito de Medellín Federico Guitiérrez Zuluaga. Contudo, as autoridades colombianas ainda não localizaram todos os corpos, por isso, pode haver alteração no número de vítimas.
O voo da empresa Lamia, proveniente da Bolívia, transportava 9 tripulantes e 72 passageiros. Ao menos 22 jornalistas da Fox TV, da Globo, RBS e rádios estavam no voo. As autoridades colombianas informaram que havia seis sobreviventes -um não teve o nome divulgado.
Entre os sobreviventes estão: o jornalista Rafael Hensel da rádio Oeste Capital, os jogadores Alan Luciano Ruschel, Jackson Ragnar Follmann, Marcos Danilo Padilha e um tripulante Ximena Suárez. Eles foram encaminhados para hospitais da região, alguns em estado grave.
Segundo o aeroporto José María Córdova, na cidade de Rionegro, onde a aeronave iria pousar, o acidente ocorreu em Cerro Gordo, no departamento de Antioquia. O acesso ao local, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, é feito apenas por terra, devido às más condições meteorológicas no local.
“Parece que o avião ficou sem combustível”, disse Elkin Ospina, prefeito da cidade de La Ceja, vizinho do local do acidente. Segundo o funcionário, as autoridades já estão no local e os centros médicos se preparam para atender os feridos.
A Aeronáutica Civil colombiana afirmou em comunicado que instalou um posto no aeroporto José María Córdova para gerenciar a situação. A prefeitura de Rionegro, pediu para a população evitar ir ao local do acidente e deixar as vias livres para facilitar o resgate das vítimas.
O diretor da Aeronáutica Civil Alfredo Bocanegra disse em entrevista à Telemedellín, canal local, que pediu para todos os envolvidos no resgate permanecerem nas buscas. “Nessas próximas horas é preciso um esforço sobre-humano. Uma só vida, vale a pena”, disse, sobre o processo de resgate.
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O vice-presidente do Chapecoense Ivan Tozzo disse que, devido ao desencontro das notícias que chegam das mais diversas fontes jornalísticas, vai esperar o pronunciamento oficial das autoridades colombianas para emitir qualquer nota oficial sobre o acidente. A mensagem foi publicada na página do time no Facebook.
AERONAVE
A aeronave Avro RJ85, de fabricação inglesa, da Lamia Bolívia estava em seu segundo voo do dia. Na primeira viagem, fez o trecho curto de cerca de 40 minutos, entre Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, ambas na Bolívia.
O segundo trecho, partindo de Santa Cruz, teria como destino a cidade de Medellim, na Colômbia, numa distância de cerca de 2.960 km. A mesma aeronave já havia sido utilizada para voos fretados do Chapecoense e carregava uma pintura especial com o símbolo do clube brasileiro.
Segundo a Aviation Safety Net, a aeronave tinha 17 anos e 8 meses e há três anos ela era utilizada pela companhia aérea boliviana. Segundo informações do sistema FlightRadar, a aeronave manteve uma rota dentro da esperada até a proximidade do aeroporto internacional José Maria Córdoba. A aeronave faz duas voltas no sentido anti-horário. A manobra é similar a feita por aeronaves quando estão aguardando autorização para aterrissar. Até este momento, ainda não há indícios de problemas no avião.
O último sinal da aeronave captado por receptores amadores foi às 2h55 na hora local. O avião estava viajando a 142 nós. Segundo o consultor em aviação Lito Sousa, ainda é cedo para dizer causas da queda do avião, mas a aeronave estava em velocidade baixa. “Essa velocidade só é compatível se ele estivesse muito próxima à pista do aeroporto”, o que não era o caso.
O modelo Avro RJ85 já foi utilizado no Brasil pela regional TABA Amazônica, sob o nome de BAE-14