Madri e Londres – Um avião de transporte militar da Airbus caiu em Sevilha, na Espanha, matando quatro pessoas que estavam a bordo, informou o governo espanhol neste sábado. Uma autoridade do governo disse que a aeronave transportava seis pessoas e caiu em um campo, perto do aeroporto de Sevilha, pegando fogo com o impacto. Duas pessoas foram levadas a um hospital, com ferimentos graves.
Um porta-voz da Airbus confirmou o acidente com o avião de transporte A400M em seu primeiro voo. A aeronave, que deveria ser entregue à força aérea turca em junho, decolou às 12h45, horário local, e caiu 15 minutos depois, informou a fabricante.
As seis pessoas a bordo da aeronave eram funcionários da Airbus e cidadãos espanhóis, informou a empresa, em comunicado. Profissionais da fabricante de aviões normalmente executam uma série de testes de voo antes que uma aeronave seja entregue aos clientes.
Este foi o primeiro acidente de uma aeronave de transporte militar A400M, que a Airbus monta em uma fábrica em Sevilha.
A autoridade espanhola de acidentes aéreos, CIAIAC, está conduzindo as investigações sobre as causas da queda. A Airbus informou que enviou técnicos para o local para dar apoio às investigações. Como os aviões comerciais, as aeronaves A400M são equipadas com caixas pretas que registram as conversas entre pilotos e o funcionamento dos sistemas. Esses dois dispositivos de gravação, que são projetados para suportar colisões e incêndios, podem ser cruciais para determinar as causas do acidente.
Os investigadores também contarão com informações do controle de tráfego aéreo para reconstituir o que aconteceu. O site Plane-tracking Flightradar24 informou que a aeronave caiu às 12h57, hora local, depois de atingir uma altitude máxima de 1.725 pés e, em seguida, descer a uma velocidade constante de cerca de 160 nós, ou 184 milhas por hora.
O Ministério da Defesa britânico declarou que parou temporariamente de voar com seus dois A400M como medida preventiva, até que sejam conhecidos mais detalhes sobre o acidente. A força aérea alemã, que tem um desses aviões, disse que está monitorando a situação. A França, país que tem a maior frota de A400M, informou que não deixará seus aviões no solo neste momento.
A Airbus vem lutando no desenvolvimento e produção do avião turboélice de quatro motores. O diretor presidente da companhia, Tom Enders já pediu desculpas pelos problemas na construção da aeronave. O acidente ocorre em mais um momento difícil para a divisão militar da companhia. Em janeiro a Airbus substituiu o chefe da divisão de aviões militares por causa de constantes problemas técnicos e de produção. Em 2014, os resultados da companhia incluíram um encargo de 551 milhões de euros (US$ 618 milhões) relacionado a problemas de construção do avião.
A Airbus vendeu 174 aviões militares de carga, ao custo de cerca de US$ 170 milhões cada, com pedidos de oito países. A primeira entrega foi para a força aérea francesa, em 2013, uma década depois de ter iniciado o desenvolvimento da aeronave. Turquia, Reino Unido e Alemanha estão entre os países que receberam os A400M. A fabricante estava começando a promover mais agressivamente o avião em mercados em todo mundo na esperança de obter novas encomendas.
Funcionários da companhia já disseram que a empresa não deve ganhar dinheiro com a aeronave a menos que assegure novas vendas, após o desenvolvimento do avião ter tido custo acima do previsto. A Airbus estava considerando abandonar o programa.
Fonte: Dow Jones Newswires.
(Estadão Conteúdo)