Foi realizada na manhã desta sexta-feira (9), às 9h15, a primeira audiência de Tiago Henrique Gomes da Rocha, o suposto “serial killer”. Foi necessário reforço do policiamento no plenário do 1º Tribunal do Júri de Goiânia, no Fórum Heitor Moraes Fleury, localizado no Setor Oeste, na capital.
A audiência foi realizada pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, em processo que Tiago Henrique responde pelo assassinato de Rosirene Gualberto da Silva, morta em tentativa de assalto em julho de 2014. Esta é a primeira ação penal movida contra o vigilante, que é acusado de ter cometido mais de 30 assassinatos, além de roubos a lotéricas.
Na ocasião, foi deferido requerimento, à pedido da defesa, para realização de exame de sanidade mental. Também foi ordenado que a Junta Médica Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) faça o exame em 45 dias. A ação ficará suspensa até a conclusão do laudo médico.
Apenas com o resultado de exame em mãos, segundo o juiz Eduardo Pio, será decidido se Tiago Henrique irá à júri popular ou não. No entanto, o magistrado ressaltou que não precisa aceitar o laudo médico, se achar que “não corresponde à realidade”.
Durante o interrogatório, que durou cerca de 20 minutos, o acusado informou que no dia em que matou Rosirene tinha saído de casa, ido a um bar e ficado embriagado. Em seguida, ouviu uma voz dizendo para “praticar o crime”. Segundo Tiago Henrique, era uma “voz demoníaca”.
Ainda na oitiva, o vigilante disse que foi obrigado a cometer o crime, mas não soube informar ao juiz quem teria o obrigado. Além disso, Tiago Henrique não soube dizer qual arma e calibre usou para matar a vítima. Também não respondeu sobre o por que de ter escolhido Rosirene e o que falaram no momento do crime.
Às 9h20, a primeira testemunha começou a ser ouvida. Elieudes Antônio Alvez Pereira foi arrolada ao processo tanto pela defesa de Tiago Henrique quando pela acusação. Em seguida, os irmãos de Rosirene também foram ouvidos, Rocilda Gualberto da Silva, que estava presente no momento do crime, Henrique Gualberto da Silva e Deusiline Gualberto da Silva, além do delegado Fábio Meireles Vieira. A maioria das testemunhas pediram para falar na ausência de Tiago Henrique, que ficou na carceragem do Fórum.
Em depoimento, a testemunha da defesa, Neusa Ramos dos Reis, funcionária de um bar que o vigilante frequentava, afirmou que o acusado tinha um comportamento estranho.
– “Uma vez ele insinuou que ia fazer mais uma vítima. Sorriu e saiu“.
Em 19 de julho de 2014, Tiago Henrique tentou assaltar Rosirene e Rocilda na Avenida Anhanguera, no Setor dos Funcionários. O acusado pediu a chave do carro em que as irmãs estavam e atirou em Rosirene. A bala atingiu o peito da vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu. Rocilda também teve ferimentos leves no braço, mas não entrou com ação contra Tiago Henrique.