A vereadora Aava Santiago (PSDB) declarou, neste domingo (9), que não irá manter seu voto favorável ao projeto do Plano Diretor de Goiânia. A decisão foi tomada, de acordo com a parlamentar, após análise de mapas e documentos, além do diálogo com a sociedade e especialistas ligados à área. O texto, relatado por Sabrina Garcêz (PDT), foi aprovado na Comissão Mista da Câmara Municipal na última quarta-feira (5), com apenas um voto contrário, do vereador Mauro Rubem (PT).
“Nos últimos dias a votação do Plano Diretor tomou conta do debate público e muita gente questionou as razões do meu voto, dado com base no que acreditei ser o melhor. Desde então, tenho estudado e falado com gente que entende do assunto. Decidi por não seguir com voto a favor”, escreveu a peessedebista, em seu perfil nas redes sociais.
O novo posicionamento de Aava Santiago inclui, de acordo com a vereadora, o lançamento de um Grupo de Trabalho ampliado, para ouvir interessados e a sociedade civil organizada, aprofundando estudos e promovendo amplo e diverso debate sobre o conteúdo, em toda sua complexidade, de forma a propor emendas para modificar ou suprimir trechos. Dentre as entidades convidadas, está a Universidade Federal de Goiás (UFG).
“Escolhi pelo método GT (Grupo de Trabalho) para democratizar o debate e gerar resultados concretos de melhoria do texto. Assim como não votei a favor sem ter discutido, não vou apenas mudar o voto sem tentar até o último minuto aprimorar o PDG (Plano Diretor de Goiânia) e entregar um produto mais justo, acessível e democrático”, pontuou.
A parlamentar destaca, entretanto, que a aprovação das emendas formatadas a partir desse debate irá condicionar o seu voto no turno definitivo de apreciação do projeto, em plenário. “Se tanta gente que respeito e admiro se posicionou fortemente contra meu voto, era preciso ouví-los”, frisou Santiago. A vereadora ressaltou, ainda, ter participado de todas as audiências relacionadas ao projeto, na atual legislatura e pontuou que, em quase todo o tempo, o debate esteve voltado à cobrança por mais tempo para se debater.
“Até mesmo fora da Câmara, as discussões foram fragmentadas e nós, que integramos o poder público, e até os diversos setores da sociedade tivemos dificuldade de simplificar o entendimento do texto e aplicar um método de análise eficiente do Plano Diretor, o que está entre os principais obstáculos para mobilizar a sociedade de forma ampla em torno do tema. A discussão de mérito precisa ser democratizada. Precisamos chegar a consensos mais representativos”, enfatizou.