Animada pelo brilhante texto de Marcos Coimbra, vou deixar o RH um pouco de lado e exercitar meu sociologuês para falar da Presidenta Dilma, que estaria fazendo Margareth Thatcher, a oficial Dama de Ferro, morrer de inveja. O termo presidenta está sublinhado para confirmar o “poder” dessa governante que, até na Língua Portuguesa, manda e desmanda. Não é deboche amigos, é admiração mesmo!
Eu sempre fui petista, com direito a fazer teatro de rua para a campanha do primeiro voto. “Pra você, um primeiro voto, para fazer brilhar nossa estrela”. Lulista nunca fui, mas se ele era o candidato, tinha todo o meu apoio.
Como não morava em Goiás, meu domicilio eleitoral, pois estava fazendo faculdade em Campinas, não pensava duas vezes e votava na legenda. Sempre o 13. Então vocês podem imaginar como eu cai do céu quando surgiram os escândalos de corrupção.
Nossa, que decepção. Daquelas parecidas com término de namoro quando se é adolescente. Foi por isso que a “Dilminha paz e amor” não teve meu voto, mas hoje a Presidenta Dilma teria meu voto e tem meu respeito.
E assim, como eu, muitos brasileiros se identificam com essa figura publica que não é nada “paz e amor”, pelo contrário. Sua postura mais rígida e assertiva, caricaturada na guerrilheira, vista como prejudicial na campanha de 2010, em contraposição ao carismático Lula, é o que lhe garante uma altíssima aprovação no “modo de governar”.
Uns dois meses antes da divulgação da pesquisa CNI-Ibope estava em casa numa sexta à noite e assisti a um programa humorístico que traz um ator imitando nossa Presidenta. De um talento impagável ele imita e cria uma Dilma ao extremo, ou seja, traz impropérios que seriam perfeitamente coerentes ao imaginário caricato que se tem dela.
E naquele programa, a Dilmandona estava criando o Dilma Day, que seria o dia em que “o meu povinho brasileiro do meu coração” receberia um Kit Dilmandona, contendo um tailleur vermelho, colar e brincos de pérola e uma peruca.
Esse é o estilo de governar da Dilmandona, que brigava com o Mano Menezes, então técnico da seleção brasileira que lhe disse “não poder dar garantias” sobre a vitória do Brasil na copa do mundo. Ao que ela respondeu: “Como assim Mano, imagina se eu não der garantias sobre a Copa de 2014, imagina o que eles fariam comigo, eu faria com meus ministros?!”
Caricaturas à parte, é esse jeitão de quem se responsabiliza, que dá garantias e que, como disse o brilhante Marcos Coimbra, tem a coragem de dar continuidade as ações acertadas, que faz com que 72% na média, e em alguns grupos, 80%, dos brasileiros pesquisados pelo CNI-Ibope aprovem o modo de governar da Presidenta Dilma.
E o que mais me surpreende é o fato de, apesar de não ser carismática, na acepção tradicional do conceito, nossa presidenta mantém-se na crista da onda mesmo quando a aprovação do governo nas áreas especificas de Saúde, Segurança Pública, etc, tenha caído.
Ao contrário do que acontecia com Lula, cujo carisma ajudava a “mascarar” as insatisfações, Dilma tem alto índice de aprovação sem precisar mascarar nada, pois ela ganhou “o meu povinho brasileiro do meu coração” por transmitir confiança e credibilidade.
Enfim, ela ganha pela imagem de que “entrega o que promete”, mesmo que o “presente” não seja o melhor e nem esteja na embalagem mais bonita.
Que Deus e as artimanhas políticas me ajudem a não cair do céu de novo !!! Não era Lulista, não sou mais petista, mas estou querendo virar Dilmista, ou melhor, Dilmandonista.
Abraços, Dilze Percilio
(Foto: Fábio Rodrigues/ABr