Devido a uma crise financeira no Hospital da Mulher e Maternidade Dona Íris (HDMI) os serviços como pré-natal, mamografias, consultas e exames em geral serão suspensos a partir da próxima segunda-feira (13). A maternidade fará apenas atendimentos em caráter de urgências e partos. A unidade estava com os pagamentos de funcionários e fornecedores atrasados até esta sexta-feira (10), e uma dívida de aproximadamente R$ 24 milhões de reais.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia por meio de uma nota, esclarece que desde a gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), em setembro, não consegue repassar o valor de 113%, acrescidos em relação ao valor inicial do convênio.
Segundo a nota, a secretaria junto com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), que gere a Maternidade dona Íris, solicitou readequações dos serviços oferecidos em busca de priorizar a manutenção completa do parto e da neonatal. “Todos os meses os pagamentos realizados nesta gestão tem sido do ajuste solicitado” diz a nota.
Leia nota na integra:
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia esclarece que o termo de convênio firmado em 2012 com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FundaHC), para administração do Hospital e Maternidade Dona Iris e Maternidade Nascer Cidadão, prevê um valor estimado de repasse para a realização dos serviços acordados. Ao longo do convênio, houve ampliação dos serviços executados mediante celebração de termos aditivos, os quais culminaram em acréscimo de cerca de 113% em relação ao valor inicial do convênio.
A Secretaria, desde a gestão passada (setembro), não consegue repassar o valor acrescido.
Em janeiro deste ano, ao ser identificado esse descompasso entre o valor e a disponibilidade financeira da Secretaria – e em cumprimento às cláusulas do convênio, a Secretaria solicitou junto à Fundação uma readequação dos serviços ofertados, enfatizando a priorização da manutenção da assistência completa ao parto e ao neonato com qualidade. Todos os meses os pagamentos realizados nesta gestão tem sido dentro do ajuste solicitado.
A secretária de Saúde tem reforçado essa questão em reuniões frequentes com a Fundação.
Pagamento
Nesta sexta-feira (10) a prefeitura de Goiânia pagou R$ 1,8 milhões para a Maternidade Dona Íris, afim de quitar os salários dos funcionários devidos ao mês de fevereiro, no entanto, os fornecedores não foram pagos.
“Em funções de todas essas notícias a Secretaria Municipal de Saúde enviou um recurso de R$ 1,8 milhões, que deu para pagar os funcionários e R$ 200 mil para a Maternidade Nascer Cidadão”, conta o diretor-executivo Fundahc, José Antônio de Morais.
Com a quantia foi possível cumprir o valor líquido da folha de pagamento mais o auxílio alimentação dos funcionários. “Os salários estão em dia, os funcionários não vão parar de trabalhar, mas os serviços continuarão suspensos até o aporte de novos recursos. Será realizado apenas o atendimento de urgência”, esclarece o diretor.
De acordo com José Antônio as consultas e exames serão remarcadas assim que os atendimentos forem regularizados.
“Nesses últimos 12 meses, período da crise, a secretaria teve dificuldade de repassar o dinheiro para a conta da maternidade. Nós estamos no vermelho no passivo trabalhista [custo demissional] e no fundo de investimento, reserva para comprar novos equipamentos, que é uma exigência do convênio. Nós não temos um centavo nessas duas contas”, explica José Antônio.
O diretor diz que o dinheiro dessas contas foram destinados ao pagamento dos fornecedores, e para pagamento de funcionários que estavam saindo da empresa. Ele conta que até o decimo terceiro, as duas parcelas, foram pagas atrasadas.
Segundo José Antônio em reuniões com o prefeito Íris Resende, foi prometido os pagamentos. Em janeiro e fevereiro, a gestão do prefeito Íris Resende deveria ter passado R$ 8,7 milhões a maternidade, mas foi pago apenas R$ 4,35 milhões.