A Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) serviu como inspiração ao governador de Goiás, José Eliton, para a criação do Programa “UEG em Rede”, na verdade uma nova universidade, porque tem um perfil diferenciado, que vai ofertar, através da Universidade Estadual de Goiás (UEG), cursos de graduação e pós-graduação a distancia.

O Programa UEG em Rede, lançado na última quinta-feira, 18, pelo governador José Eliton, em Anápolis, é uma estratégia do Governo de Goiás para universalizar o acesso, a presença e a participação da educação superior pública, gratuita e de qualidade na vida de todos os municípios goianos. Dentro do Programa já estão sendo articuladas parcerias com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

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Para a presidente da Univesp, Fernanda Gouveia, a instituição paulista contribui definitivamente para a universalização do Ensino Superior. “A Univesp representa a oportunidade para jovens cursarem graduações no padrão das melhores universidades brasileiras”, diz, ao garantir que a graduação a distância responde rapidamente às demandas da população mais vulnerável.

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Confira a entrevista com Fernanda Gouveia na íntegra:

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– Quando e como surgiu a Univesp?

Em 2009, a Univesp surgiu com um Programa de Educação a Distância. Era uma parceria entre a extinta Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, por meio do então Programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo – UNIVESP, e a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). A proposta, na época, que teve como objetivo complementar os estudos dos professores da rede pública de ensino, ofertou 1350 vagas para professores em exercício na rede estadual. Em julho deste ano, 992 professores se formaram no curso. Em 2012, foi criada a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Lei nº 14.836, de 20 de julho de 2012).

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– Qual foi o principal obstáculo durante a criação? 

Não estava à frente da gestão nesse período, assumi a presidência em maio de 2018, mas acredito que o principal desafio foi a implantação de uma política pública inovadora. A Univesp é a primeira universidade virtual pública gratuita do Brasil. As ferramentas, conteúdos pedagógicos, aplicativos, todos devem ser adaptados para atender às necessidades do aluno online. O corpo docente também teve que se adequar a essa realidade. Os recursos pedagógicos precisam ser mais interativos.   

– Havia a necessidade de uma Universidade de Ensino a Distância por parte da população?

Garantir educação de qualidade é sempre uma das prioridades de qualquer política pública e atende rapidamente às pessoas mais vulneráveis. A criação da quarta universidade pública e seu processo de expansão, a partir do segundo semestre de 2017, tem garantido educação superior de qualidade e gratuita para milhares de alunos. Hoje, já são atendidos mais de 35 mil estudantes.  

– Como ela é mantida? 

A Universidade é mantida pelo Governo do Estado de São Paulo e é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SDECTI).

– Atualmente, quantos cursos são oferecidos? 

Atualmente, são oferecidos 08 cursos: licenciaturas em Física, Química, Biologia, Matemática e Pedagogia, as Engenharias de Produção e Computação, além do curso de Gestão Pública, parceria com o Centro Paula Souza.

 – Quantos alunos integram o quadro da Universidade?

Atualmente, contamos com 35 mil alunos, distribuídos em 243 polos de 203 municípios. Em agosto, somando os alunos do vestibular em curso, serão mais de 50 mil alunos, distribuídos em 330 polos de 290 municípios do Estado.

 – Qual é o perfil dos alunos? 

De acordo com o nosso último vestibular, 84,1% são de escola pública, 40% se declararam PPI (pretos, pardos e índios), 41,3 % solteiro, 79,3% têm 25 anos ou mais, 77% são responsáveis ou contribuem com a renda familiar e 85,3% renda de dois a quatro salários mínimos.

 – Como a Universidade foi recebida pela Sociedade? 

A Universidade foi recebida positivamente. Ela é a quarta universidade pública de São Paulo e tem como parceiras as principais universidades do Estado e do País (USP, UNESP e Unicamp), além do Centro Paula Souza, responsável pela gestão das Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo. A Univesp foi uma novidade que chegou para ampliar o acesso à tecnologia.  Todo o conteúdo pedagógico é disponibilizado na internet em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). No local, além das videoaulas, também há aplicativos e outras ferramentas de interação com o aluno e duas bibliotecas digitais. No mundo moderno, não temos mais tanto tempo disponível. Acredito que a flexibilidade do estudante, em ter acesso a qualquer hora de qualquer lugar, seja um diferencial nesse novo formato de aprendizagem.  Os números revelam que o interesse da população em cursar ensino superior a distância tem aumentado. A educação superior a distância no Brasil avança em ritmo mais acelerado do que o ensino presencial. De acordo com o último Censo da Educação Superior de 2016, do Inep, enquanto o ensino presencial teve queda anual de 0,08% nas matrículas, o ensino a distância (EAD) teve expansão de 7,2%.

– Como a senhora avalia a Univesp hoje? 

Hoje, a Univesp contribui definitivamente para a universalização do Ensino Superior. A Univesp representa a oportunidade para jovens cursarem graduações no padrão das melhores universidades brasileiras. A graduação a distância responde rapidamente às demandas da população mais vulnerável. A educação transforma e a Univesp, com um perfil cada vez mais inclusivo e social, contribui para o desenvolvimento econômico regional e geração de trabalho, emprego e renda no Estado de São Paulo.

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