O imbróglio envolvendo a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) deve chegar ao fim. Com o anúncio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), nesta terça-feira (7) sobre o edital de contratação de uma nova empresa para prestação de serviços de coleta de resíduos sólidos da capital, levantou-se murmurinhos sobre o possível fim da Companhia.
Em entrevista à Rádio CBN Goiânia nesta tarde, o titular da Seinfra, Denes Pereira, afirmou que a Comurg não vai acabar. Segundo o secretário o que está sendo feito é um plano de ação que envolve limpeza pública e serviço público de infraestrutura urbana da cidade.
“A Comurg hoje tem mais de 30 serviços no contrato com a prefeitura. É importante explicar que a Companhia vai continuar prestando serviços à capital, portanto, são quatro itens que que vão sair do contrato. A Comurg não vai acabar, o prefeito Rogério Cruz tem um respeito e carinho pela Companhia”, enfatiza Denes.
A licitação esta prevista para maio deste ano, por recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), em atendimento ao Marco Legal do Saneamento Básico, em dois lotes, com vigência de 24 meses. O contrato de concessão da Comurg foi feito em caráter emergencial em 2021 e 2022, e renovado em 2023, até que se realize a licitação dos serviços, que já eram terceirizados pela companhia.
O primeiro lote trata da varrição mecanizada, novidade na capital, que contará com 24 caminhões, coleta convencional de resíduos sólidos urbanos, coleta seletiva de materiais recicláveis e de bens inservíveis e remoção de entulhos. O custo mensal desse lote é previsto em R$ 21,7 milhões ou R$ 520,9 milhões, ao final dos dois anos do contrato.
O segundo lote é para a gestão do Aterro Sanitário, que inclui serviços operacionais, tratamento ambiental dos resíduos sólidos, trituração dos resíduos de poda e massa verde e seu reaproveitamento como adubo, trituração e britagem de resíduos da construção civil e seu reaproveito em obras da prefeitura.
Para o secretário, com essas novas ações a capital vai dar um salto em relação a qualidade de limpeza pública.
“Não dizendo que a Comurg não dá conta, não é isso. É que a Comurg hoje tem muitas atribuições e a prefeitura de Goiânia entende que se ela focar na manutenção e construção de novas praças, roçagem, varrição e outros serviços que ela já presta à prefeitura, ela vai ter condição de focar mais nestes trabalhos e a consequentemente a prefeitura irá avançar mais no serviço de limpeza pública da capital”, disse Denes.
Ainda de acordo com o secretário a ideia da prefeitura de Goiânia em contratar uma nova empresa é aumentar a eficiência e qualidade de limpeza pública e não aumentar também o valor que já é gasto hoje pela prefeitura.
Vale lembrar que em janeiro deste ano, a Prefeitura reajustou o contrato da Seinfra com a Comurg em 14,5%, o que elevou o custo dos serviços de limpeza urbana, coleta de lixo entre outros para R$ 553,6 milhões (aumento de R$ 70,3 milhões/ano). O reajuste aconteceu após uma frustrada tentativa por parte do paço municipal em aprovar, em dezembro do ano passado, um projeto na Câmara para integralização de capital no valor de R$ 30,7 milhões.
Portanto, com a nova licitação, a estimativa é que sejam recolhidos, mensalmente, cerca de 90 toneladas de lixo, 20 mil toneladas de resíduos da construção civil e 2,3 mil toneladas de resíduos de poda. A previsão de custo desse lote é de cerca de R$ 4 milhões por mês ou de R$ 97,4 milhões nos dois anos (cerca de R$ 48 milhões por ano).
A previsão é de que a varrição mecanizada alcance até 22 mil quilômetros de vias por mês. A limpeza das avenidas evitará que a sujeira atinja os canais de drenagem, o que causa entupimentos e alagamentos. O contrato prevê utilização de 24 caminhões que possuem vassouras que retiram a poeira e a sujeira das vias, aspirando-as em seguida.