O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das etapas mais importantes na vida de muitos estudantes brasileiros, pois pode ser a porta de entrada para o ensino superior. No entanto, o estresse, a ansiedade e o medo podem prejudicar o desempenho e até causar lapsos de memória durante a prova.
Mirthis Czubka de Abreu, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, explica que a memória é essencial para a aprendizagem, pois permite reaproveitar experiências passadas e garantir a continuidade do aprendizado.
“A memória é um processo ativo de codificação, armazenamento e recuperação de nossas vivências. Mesmo em momentos como o de realizar uma prova, o medo pode surgir, o que é natural. Sentir receios é comum, como a preocupação de não fazer uma boa prova ou de enfrentar uma experiência negativa”, afirma.
A ansiedade pode causar um bloqueio mental, afetando a memória durante a prova, inclusive no Enem. “A ansiedade é uma das principais causas de perda de memória em todas as faixas etárias, principalmente em jovens. Diante desta condição, ocorre a ativação de múltiplas regiões cerebrais, gerando aumento da atenção e hipervigilância a estímulos ameaçadores, o que pode levar a lapsos de memória por desatenção e falta de concentração. Assim, pode haver uma perda de memória repentina em situações como realizar uma apresentação oral ou uma prova”, destaca a professora.
Além disso, o estresse crônico eleva os níveis de cortisol, um hormônio que, em excesso, pode prejudicar a memória e outras áreas do cérebro responsáveis pelo armazenamento de informações.
De acordo com Mirthis Czubka de Abreu, os principais fatores que contribuem para a perda de memória durante o Enem são: ansiedade, falta de preparação adequada, privação de sono, fatores emocionais, pressão do tempo, alimentação e hidratação inadequadas, além de distrações durante o exame.
Para driblar a perda de memória durante o Enem e demais provas, a professora da Faculdade Anhanguera elenca algumas dicas. Confira!
A preparação para o Enem deve começar com bastante antecedência. Distribuir o estudo ao longo de meses – ou mesmo anos – é mais eficaz do que tentar absorver todo o conteúdo em semanas. Isso ajuda a reduzir a ansiedade, pois você terá mais tempo para revisar e aprofundar os tópicos. Faça resumos, mapa mental e esquemas, e associe novos aprendizados aos que já conhece.
Criar um cronograma de estudo bem estruturado ajuda a manter o foco e a organização. Reserve tempo para cada matéria, faça pausas regulares e planeje a revisão de conteúdo importante antes do exame. Exercite o que aprendeu e faça associações entre os conteúdos aprendidos.
Uma das estratégias mais eficazes para consolidar o conhecimento é ensinar o que você aprendeu para alguém. Quando você explica um conceito ou tópico a outra pessoa, precisa organizar suas ideias de forma clara e concisa, o que fortalece sua compreensão.
Realizar simulados é uma das estratégias mais eficazes para se preparar para o Enem. Além de testar seus conhecimentos, eles ajudam a se acostumar com o formato da prova, a administrar o tempo e a lidar com a pressão.
A ansiedade é uma emoção natural antes de um exame tão importante, mas é importante aprender a gerenciá-la. Técnicas de relaxamento, como a respiração profunda e a meditação, podem ser úteis. Lembre-se de que a ansiedade em excesso pode prejudicar seu desempenho e levar a perda de memória, então busque ajuda profissional se necessário.
Mantenha uma mentalidade positiva. Lembre-se de que o Enem é apenas uma parte do seu percurso acadêmico, e não um julgamento definitivo de seu valor ou capacidade.
Se você está lutando com a ansiedade e o medo em relação ao Enem, não hesite em buscar apoio de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. Conversar sobre seus sentimentos pode ajudar a aliviar a pressão.
“Lidar com a ansiedade e o medo no Enem é um desafio comum, mas com a preparação adequada e estratégias de gerenciamento de estresse, é possível enfrentar a prova com mais confiança e evitar a perda de memória. Lembre-se de que o Enem é uma etapa importante em sua jornada educacional, mas não define seu futuro”, conclui Mirthis Czubka de Abreu, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera.
Por Camila Souza Crepaldi