O Dia Internacional do Coelho, celebrado em 28 de setembro, é uma oportunidade perfeita para destacar as características únicas desses animais. Com mais de 50 raças conhecidas, tais bichinhos variam de 800 g a 20 kg e, quando bem cuidados, podem viver de seis a 13 anos, sendo companheiros longevos e encantadores – principalmente para quem tem pouco espaço em casa ou tempo.
De acordo com Marco Aurélio Molina Pires, professor do curso de Medicina Veterinária da Unic Beira Rio, os coelhos são silenciosos, inteligentes, muito limpos e fáceis de cuidar. “Eles fazem as necessidades sempre no mesmo lugar e ocupam pouco espaço. Como são crepusculares, costumam estar mais ativos quando o tutor chega em casa, prontos para interagir, embora muitos não gostem de ser acariciados ou segurados”, explica.
Abaixo, confira 5 curiosidades interessantes sobre os coelhos!
Embora roem objetos, os coelhos não pertencem à ordem dos roedores. Eles fazem parte da ordem Lagomorpha. Os lagomorfos são divididos em duas famílias: Leporidae, em que se encontram as lebres e os coelhos, e os Ochotonidae, representada pelos pikas, sendo o mais famoso o Pikachu, dos desenhos animados.
Diferentemente dos roedores, que têm um par de dentes incisivos superiores, os lagomorfos possuem dois pares. Os dentes de ambos os grupos crescem continuamente e precisam ser desgastados. Por isso, para a saúde odontológica, é extremamente necessário o consumo de materiais fibrosos como o feno e as verduras frescas.
Os coelhos são mamíferos placentários (têm placenta) e têm glândulas mamárias. As fêmeas são maiores que os machos, uma característica dos lagomorfos que raramente ocorre em outros mamíferos.
Altamente fértil, uma fêmea pode ter até 40 filhotes por ano, com gestação de cerca de 30 dias. Essa prolificidade é uma das razões pelas quais são associados à fertilidade e à prosperidade. Curiosamente, quando os coelhos foram introduzidos na Austrália no século 19, sua reprodução descontrolada se tornou uma praga agrícola, levando ao abandono de muitas fazendas.
Coelhos se mostram bastante independentes em relação à sua higiene e não apreciam ambientes sujos. Eles se limpam sozinhos, assim como os gatos. Banhos não são recomendados e podem ser prejudiciais, exceto em casos de sujeira excessiva. Nesses casos, recomenda-se usar água morna e produtos específicos.
Parte do material fecal que produzem é conhecido como “cecotrofos”, ingeridos assim que depositados, já que ainda existem nutrientes que podem ser aproveitados pelos coelhos. Por isso, é comum que os vejamos comer as próprias fezes.
É fundamental que os tutores ofereçam uma dieta balanceada aos coelhos, priorizando verduras escuras e, opcionalmente, ração peletizada (1% a 2% do peso do animal por dia). Frutas e legumes devem ser oferecidos com moderação devido ao alto teor de açúcar. Seu sistema digestório é bem desenvolvido para o aproveitamento dos alimentos vegetais que consomem.
Na natureza, os coelhos podem correr a até 45 km/h e saltar até um metro. Para se protegerem, permanecem alerta a sons. A posição lateral dos olhos proporciona uma visão de 190°, embora isso impeça que vejam diretamente o nariz. Ainda, seus bigodes sensíveis ajudam na percepção do ambiente.
Antes de adotar um coelho, é essencial que os tutores pesquisem sobre os cuidados necessários e adaptem a casa. “Proteger fios elétricos e oferecer um espaço seguro para o animal é fundamental. Criar um ambiente que permita que o coelho se exercite, use bandejas sanitárias e tenha lugares para se esconder é importante, pois eles são animais que precisam de proteção. Além disso, fornecer madeira não tratada e feno para roer ajuda a desgastar os dentes”, explica o veterinário.
Ademais, a limpeza do ambiente e a castração, se o casal for formado por um macho e uma fêmea, são práticas recomendadas para evitar problemas de saúde e controlar a reprodução.
Por Camila Souza Crepaldi