A prática de atividade física é essencial para o desenvolvimento saudável das crianças. Com o aumento da busca por saúde e bem-estar, muitos pais têm considerado matricular seus filhos em academias, especialmente com a popularização de programas de exercícios voltados para o público infantil.
Segundo Lucas Marques, coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera, a atividade física é fundamental para o crescimento saudável das crianças e contribui para o desenvolvimento motor, o fortalecimento do sistema imunológico e a prevenção de doenças como obesidade. “O exercício físico regular também tem um impacto positivo na autoestima e no comportamento das crianças, além de ajudar na melhora da qualidade do sono e no controle do estresse”, explica.
No entanto, quando se trata de frequentar uma academia tradicional, o professor destaca que é importante adaptar o tipo de atividade à faixa etária da criança. “Academias convencionais, com equipamentos voltados para adultos, podem não ser a opção ideal para as crianças, pois esses aparelhos não foram projetados para o corpo em crescimento, o que pode representar riscos para a saúde se usados inadequadamente”, alerta.
Apesar dos cuidados necessários com relação ao tipo de atividade, Lucas Marques reforça que a prática regular de exercícios é extremamente benéfica para as crianças. A atividade física contribui para o desenvolvimento da coordenação motora, da força, da flexibilidade e do equilíbrio, elementos essenciais para o crescimento saudável. “Atividades como corrida, natação, esportes coletivos, ginástica e dança são extremamente indicadas, pois trabalham o corpo de forma integral e promovem o bem-estar físico e mental das crianças”, afirma o professor.
Além disso, ele observa que a prática de exercícios na infância estabelece hábitos saudáveis que podem ser mantidos por toda a vida, prevenindo problemas futuros, como doenças cardíacas e problemas musculoesqueléticos. “O incentivo ao esporte e à atividade física desde cedo pode formar adultos mais ativos, com menos risco de desenvolver doenças associadas ao sedentarismo”, destaca.
Lucas Marques explica que, para crianças de idades mais novas, o foco deve ser em atividades lúdicas e brincadeiras que estimulem o movimento, como correr, saltar e jogar bola, mais do que em treinamento estruturado em aparelhos de academia. No entanto, à medida que a criança cresce e atinge a fase pré-adolescente (por volta dos 12 anos), é possível introduzir atividades mais direcionadas, sempre com supervisão profissional.
“As academias podem ser uma opção para adolescentes, especialmente quando os programas são adaptados para o público jovem. Algumas academias oferecem aulas específicas para esse público, com treinos voltados para o fortalecimento muscular, resistência e flexibilidade, utilizando equipamentos adequados para a sua faixa etária e sempre com acompanhamento de um profissional de educação física qualificado”, explica o professor.
Ele ressalta que, para que os treinos sejam benéficos, o trabalho com peso e resistência deve ser feito de forma gradual e controlada. A utilização de pesos livres ou de equipamentos com cargas muito altas pode sobrecarregar o corpo do jovem, prejudicando o desenvolvimento ósseo e causando lesões.
Ao considerar matricular um filho em uma academia, é fundamental que os pais estejam atentos a alguns pontos, conforme orienta o professor Lucas Marques:
O treino deve ser sempre orientado por um profissional de educação física capacitado, que compreenda as necessidades específicas de uma criança ou adolescente e saiba adaptar os exercícios à sua faixa etária.
A prática de exercícios deve ser voltada para o desenvolvimento motor geral, com ênfase em movimentos funcionais que estimulam o equilíbrio, a coordenação e a agilidade. A musculação intensa deve ser evitada, pois pode afetar negativamente o desenvolvimento ósseo.
É importante que os pais e educadores respeitem os limites do corpo da criança. A atividade física deve ser desafiadora, mas sem causar excesso de esforço, o que poderia levar a lesões.
A atividade física deve ser prazerosa. Portanto, a criança não deve ser forçada a realizar um exercício que não gosta. Incentivar a prática de diferentes atividades, como esportes coletivos, natação, atletismo ou dança, ajuda a manter a motivação e o interesse pela prática.
Para crianças menores, os exercícios devem ser de baixa intensidade e foco em atividades que ajudem a melhorar a resistência cardiovascular, a flexibilidade e o equilíbrio, sem sobrecarregar os músculos e as articulações.
Por Bianca Lodi Rieg