Uma nova lista compilada pelo governo dos Estados Unidos e enviada a autoridades do Brasil mostra que pelo menos 49 crianças brasileiras estão em abrigos para menores pelo país, separadas dos pais.
O número é o sêxtuplo das oito ocorrências que eram de conhecimento do consulado brasileiro em Houston, como informado nesta quarta (20) pela Folha de S.Paulo.
Um dos abrigos, que fica em Chicago, concentra 21 crianças brasileiras. Em outro, são oito. Mas, na maioria deles, há apenas uma ou duas crianças.
A lista foi atualizada na última sexta-feira (15) pelo Departamento de Saúde americano, que administra as instituições para menores. Mas não inclui os nomes das crianças, idades e nem mesmo a cidade ou estado em que fica o abrigo.
“É uma lista muito precária, mas nós vamos correr atrás das crianças a partir dela”, disse à reportagem o cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Costi Santarosa.
Crianças imigrantes têm sido separadas dos pais ao atravessarem a fronteira dos EUA, em decorrência da política de tolerância zero da administração de Donald Trump – que, em abril, passou a processar criminalmente os estrangeiros pelo crime de travessia ilegal, enviando-os a presídios federais.
Desde então, pelo menos 2.000 crianças foram apartadas dos pais e encaminhadas a abrigos, num período de seis semanas, segundo o governo americano.
O governo brasileiro, por meio dos consulados nos EUA, tem acompanhado os casos e tentado reconectar as famílias – que, na grande maioria das vezes, desconhecem o paradeiro dos menores.
Grande parte dos imigrantes não tem advogado, porque não consegue pagar por um. Como estão detidos, a maioria acaba demorando semanas para localizar o(s) filho(s).
De acordo com Santarosa, as crianças que já foram identificadas e colocadas em contato com os pais têm entre 5 e 17 anos, e estão em oito abrigos diferentes espalhados pelos EUA, em estados tão diversos quanto Arizona, Califórnia e Nova York.
Agora, a lista das 49 crianças será redistribuída aos consulados brasileiros nos EUA, a fim de identificar e conectar as famílias. (Folhapress)