Ao menos trinta estrangeiros caíram em um “golpe do ingresso” ao adquirirem tíquetes para acompanharam o GP Brasil de F-1, que ocorre neste final de semana.

De acordo com o promotor da etapa nacional, Silvio Schutzer, argentinos, chilenos e espanhóis foram nesta quinta-feira (10) ao Hotel Transamérica, na capital paulista, retirar as entradas que compraram.

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O problema é que o site onde as adquiriram era falso. Os bilhetes não existiam e o estafe do hotel foi pego de surpresa.A fraude, segundo Schutzer, já existe há cerca de 15 anos e gerou inúmeros problemas para a organização do GP Brasil.

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Havia, na internet, uma reprodução idêntica do site oficial da prova, que também vendia ingressos. A diferença estava no endereço eletrônico (www.gpbrasil.com.br, do original, contra www.gpbrasil.com, do falso).

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“É um assunto bem antigo, que teve início há dez ou 15 anos. O site era cópia idêntica do nosso, com formatação e desenho. Ele vendia ingressos por um preço maior do que o nosso, dentro do Brasil, e entregava. Surgiram problemas porque os preços eram diferentes”, contou Schutzer.

Ele acredita que o número de 30 estrangeiros enganados vá aumentar com o passar dos dias -nesta sexta (11) ocorrem os treinos livres, no sábado (12) os de classificação e, no domingo (13), a corrida.

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A tendência vem do histórico nos anos anteriores. Em 2014, houve cerca de 400 reclamações no canal oficial de atendimento do GP Brasil.Segundo Schutzer, a organização da etapa teve de responder a três ações judiciais, que já foram resolvidas com acordo.

Em 2015, foram aproximadamente 30 reclamações, sempre envolvendo estrangeiros.”O maior prejuízo é do público, mas isso afeta nossa imagem”, admitiu o dirigente.

O promotor afirmou que, para tentar impedir a fraude, recorreu ao Procon, que fez denúncia ao Ministério Público. O caso está em curso.

PROBLEMA ANTIGO

O “golpe dos ingressos” se arrastou ao longo da década passada e fez com que os organizadores do GP Brasil procurassem, já naquela época, o Procon.

O órgão de defesa do consumidor, então, fez com que a empresa que fazia o site falso (ALK GP Brasil Ltda, na época com base em São Paulo) assinasse um Termo de Ajustamento de Conduta para que descaracterizassem o site.

“Mas eles deixaram de cumprir o acordo. Naquela época, a Interpro [International Promotions] tinha direitos os da F-1, e era da TV Globo. A Globo ajuizou ação, ganhou liminar e foi determinado retirada imediata do site”, disse Schutzer.

De acordo com a liminar, se a ALK não retirasse o portal do ar seria multada em R$ 100 mil por dia -a sanção podia aumentar depois a R$ 200 mil por dia.

“Eles tiraram do ar para acessos no Brasil. Quem tenta acessar do Brasil não consegue[visualizá-lo], mas do exterior consegue e e eles vendem ingressos”, prosseguiu o promotor.

Foi dele que os estrangeiros que procuraram o Hotel Transamérica adquiriram suas entradas.

Schutzer afirmou não ser possível afirmar em qual país o site gpbrasil.com está hospedado atualmente.

“Nós frisamos que o nosso [gpbrasil.com.br] é o único site oficial de vendas de ingresso, mas como o estrangeiro pode ver isso?”, indagou.

Schutzer afirmou não ser possível afirmar em qual país o site gpbrasil.com está hospedado atualmente.

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